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Imprensa
Área financeira é o novo alvo para celulares

jornal DCI 08/04/2008 - Victor Hugo Alves

As operadoras de telefonia móvel, como Vivo, Claro, Oi, TIM e Brasil Telecom, viram nos acordos com instituições financeiras um filão interessante, ao oferecer serviços como o acesso on-line aos bancos, pagamento via celular e cartão co-branded (cartão de duas marcas). A meta das operadoras é justamente a de disputar um mercado, responsável no ano passado por R$ 310,6 bilhões, em pagamentos via cartões, e desta maneira elevar as receitas de dados e mensagem de texto (SMS).

Para gerar novas fontes de renda e fidelizar a base de clientes, as empresas estão de olho nos valores gerados com a possibilidade de serem a nova onda do canal de pagamentos do mercado brasileiro. A Oi foi pioneira em disponibilizar serviços de mobile payment, ao lançar em janeiro de 2007 no Rio de Janeiro o Oi Paggo, que oferece crédito para os clientes pós e pré-pagos.

No final do ano passado, o serviço foi expandido para mais 13 estados (Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Piauí, Amazonas, Pará e Maranhão) e, atualmente, já conta com 1 milhão de clientes cadastrados e é aceito em cerca de 30 mil estabelecimentos como supermercados, restaurantes, farmácias, entre outros, incluindo as lojas da Oi, além de também atingir locais que não aceitam cartões, devido ao alto custo de aluguel do tradicional terminal POS (da sigla em ingês point-of-sale, ou ponto-de-venda), como bares e táxis.

"Acreditamos que 2008 será o ano de dois importantes passos para o mercado de mobile payment no País: a consolidação dos modelos de negócios e a adesão em massa de lojistas e usuários. Entraremos em franca expansão, tanto em número de adesões, como em valores transacionados. Atualmente, há mais usuários de telefones móveis do que portadores de contas-corrente e tudo indica que a rede de captura de transações via celular será a terceira maior rede do país ainda este ano" diz Flávia Bittencourt, diretora de Marketing da Oi.

Para utilizar o Oi Paggo, basta o lojista pegar o número do celular do cliente, o qual deverá autorizar a transação, que é feita por meio de SMS gratuitos, sendo que a transferência dos dados é operacionalizada entre os aparelhos do cliente e do estabelecimento, que possui um chip diferenciado. O Oi Paggo também possui os benefícios como limite de crédito, fatura separada da conta do celular, possibilidade de parcelamento e até 40 dias para pagar.

Potencial

A Claro percebeu o potencial do mercado e, em dezembro do ano passado, fez uma parceria com o banco Banrisul para oferecer a seus clientes serviços de mobile banking e de pagamento via celular. O serviço é aceito em estabelecimentos credenciados no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, localidades de atuação do Banrisul. Apesar de não deter resultados consolidados dessas operações, Alexandre Olivari, gerente de Serviços de Valor Agregado da Claro, aponta a que os números são muito favoráveis.

"Sei que nos estabelecimentos cadastrados está indo muito bem. Apesar de ainda não representar um volume financeiro em receita significativo, é uma fonte de renda alternativa que tem grande potencial", afirmou Olivari. Na parceria com o Banrisul, para realizar as operações de pagamentos via débito pelo celular os clientes têm de baixar um aplicativo (software) e utilizar a Internet, seja pelo wap ou pela base de dados. "Ficamos com uma parte dessa mensalidade e com o tráfego de dados", revelou Olivari.

Atenta a essa receita em potencial, a Claro já negocia com novas instituições financeiras para ter a possibilidade de trabalhar com estes serviços em outras regiões do País. "Acreditamos que até o segundo semestre teremos uma novidade e estaremos lançando alguns novos serviços financeiros", analisou Olivari. A tecnologia para viabilizar o modelo de negócios pode ser via tanto SMS quanto Internet, ambos de interesse das operadoras. "Queremos cada vez mais trazer novos serviços de celular, pois eles nos trazem uma receita alternativa interessante, além de facilitar o aumento da penetração", avaliou Olivari.

Atualmente, apenas 40% dos celulares da Claro têm condições de operar com mobile banking. Já em relação ao mobile payment, apenas alguns modelos de aparelhos das empresas LG, Motorola, Nokia e SonyEricsson são compatíveis com o aplicativo necessário. Com a intenção de facilitar a penetração dos seus serviços financeiros, principalmente após os futuros acordos com outros bancos, a Claro pretende lançar, neste ano, uma aplicação para que o cliente não precise ter um acesso à Internet pelo celular para fazer a transação, sendo esta realizada por meio de envio de SMS. "Estamos desenvolvendo um mecanismo que tenha um SMS seguro para fazer essas transações, a qual deverá estar apta no segundo semestre. A Claro terá uma receita por meio do SMS", disse Olivari, frisando que a princípio o foco para essa nova solução é o mobile banking, mas que a mesma pode ser estendida a mobile payment.

Investida

Quem também está interessada nas receitas advindas de serviços financeiros é a Vivo. A empresa já detém parcerias com os bancos Bradesco, Itaú, Unibanco, Banco Real, Santander, Banco do Brasil e Banese, para oferecer os serviços de mobile banking, e em breve também estará disponível para o Banrisul. "Esses serviços geram receitas de dados bastante interessantes e ajudam a blindar a base", analisou Fabio Freitas, gerente de Ofertas Premium da Vivo.

Por esse motivo, a Vivo negocia com grandes bancos para disponibilizar pagamentos via celular. "O modelo de negócio está sendo discutido, ele tem que ser 'massivo' e chegar a todos os clientes", atestou Freitas, frisando que a expectativa é atuar nesse segmento a partir do segundo semestre. "O potencial dos serviços financeiros para os celulares é muito grande. Cada vez mais as pessoas estão fazendo as transações bancárias via Internet, assim como cresce o número da penetração dos celulares. É um negócio interessante para a Vivo, e a operadora vai investir nisso", concluiu.

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