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Imprensa
Banco reduz prazo do crédito de veículos

jornal Valor Econômico 04/04/2008 - Fernando Travaglini           

Os bancos reduziram os prazos máximos de financiamento de veículos no mês de fevereiro. O plano mais longo oferecido caiu dos 84 meses (sete anos), praticados desde meados do ano passado, para 72 meses (seis anos), mesma duração oferecida no início do ano passado. Em 2004 e 2005, o limite era de 60 meses (cinco anos).

A redução ocorre em um período de maior pressão nos custos do financiamento devido ao agravamento da crise de inadimplência nas hipotecas americanas. As taxas de swap 360 dias, referência para os juros cobrados pelos bancos dos clientes, já subiu quase um ponto percentual desde o fim do ano passado.

Para Luiz Montenegro, presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), o plano de sete anos "perdeu fôlego" e mesmo o de seis anos deve ser reduzido. "O mercado procura o prazo que seja ideal e 72 meses ainda não é o que eu entendo como meta para o setor."

Mesmo com a redução, a média dos planos escolhidos pelo consumidor se mantém inalterada em 42 meses, representando pequena alta em relação aos 39 meses de média do primeiro bimestre de 2007.

O governo chegou a cogitar a redução dos prazos para limitar a demanda de crédito. Segundo Érico Ferreira, presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), o limite de 36 meses, que chegou a ser divulgado, reduziria em até um terço o volume de concessão de empréstimos para veículos.

No ano passado, algumas linhas de financiamento de automóveis foram oferecidas com prazo de 99 meses, mas o número de operações efetivamente fechadas foi irrisório por falta de interesse dos próprios clientes. Hoje, ninguém trabalha com esse horizonte.

Em alguns países, lembra Ferreira, existem empréstimos em até dez anos. Nos Estados Unidos, por exemplo, o prazo médio do financiamento de veículos é de 63 meses (prazo de maturação da carteira).

A preocupação com prazo decorre da importância que a linha tem para a economia. De acordo com levantamento da Anef, o saldo de empréstimos para aquisição de automóveis para pessoas físicas, incluindo crédito e arrendamento mercantil, encerrou o primeiro bimestre deste ano em R$ 116,8 bilhões, crescimento de 45% em comparação ao mesmo período de 2007 (R$ 80,6 bilhões).

O volume representa um terço de todos os empréstimos para pessoas físicas realizados no Brasil, R$ 330 bilhões, segundo dados do Banco Central, até fevereiro.

Apesar da preocupação, a inadimplência (atrasos acima de 90 dias) ficou em 3,20% em fevereiro, queda em relação aos dois primeiros meses de 2007 (3,28%).

Além do prazo menor, os juros também subiram por conta da turbulência externa e da elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoas físicas. A taxa passou de 28,76% ao ano, em dezembro, para 31,24% ao ano, em fevereiro.

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