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Imprensa
É Guerra

Com o sucesso do crédito consignado,    até lojas e indústrias querem ser banco

Julia Duailibi

O crédito com desconto em folha de pagamento para aposentados e trabalhadores, o chamado consignado, gestado pelo presidente Lula, representa a melhor inovação do setor financeiro desde 2003 – além de ser uma das causas mais palpáveis do bom momento da economia brasileira. A criação do consignado também foi um dos negócios mais nebulosos dos primeiros anos do governo. O BMG, banco que se enrolou até o pescoço no escândalo do mensalão, recebeu autorização para realizar operações de consignado três meses antes da concorrência, em circunstâncias que ainda hoje levantam suspeitas. Além disso, a instituição mineira foi acusada de favorecimento na regulamentação do uso do cartão de crédito dos empréstimos consignados no começo de 2005. O BMG despontou no cenário financeiro brasileiro graças ao crédito consignado e desde então está na mira dos concorrentes que ficaram para trás.

Tanta cobiça se deve às vantagens dessa modalidade de crédito, que são inúmeras. Como o dinheiro para honrar as prestações não passa pela mão do cliente, saindo direto do salário ou da aposentadoria recebidos por ele, o risco de calote é praticamente nulo. Bom para o freguês, que consegue financiamentos em melhores condições – as taxas cobradas ficam entre 2,5% e 4% ao mês, inferiores às do cheque especial ou do cartão de crédito, cujos juros podem superar 10%. Melhor ainda para os bancos, que, com o consignado, praticamente não correm riscos – a não ser no caso de demissão do cliente, hipótese que nem existe nos empréstimos a funcionários públicos e aposentados. Compreende-se, portanto, o motivo pelo qual esse mercado tem atraído novos participantes. Tome-se o exemplo da americana General Electric, uma das maiores companhias do mundo, que tradicionalmente opera no setor de equipamentos elétricos. Metade da carteira de crédito de seu braço financeiro no Brasil, a GE Money, já vem do consignado. Outro cas a C&A, multinacional holandesa do varejo de roupas, também aderiu ao crédito consignado, por meio de seu banco, o Ibi, que antes financiava o consumo na rede de lojas. Nessa mesma trilha ingressou o Banco Volkswagen, criado originalmente para financiar a compra de carros.

Nos últimos cinco anos, dobraram os pedidos ao Banco Central para a criação de instituições financeiras. A maioria só quer saber do crédito com desconto em folha. Para assegurarem seu lugar ao sol, alguns novos competidores querem destronar os líderes de mercado.  

 

 

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