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Imprensa
Crise provoca instabilidade em juros do crédito no país

Valor Econômico

23/01/2008 às 09h05m                               

A crise desencadeada no mercado de hipotecas americano se disseminou pelos mercados mundiais e já trouxe grande volatilidade nas taxas de juros no crédito a consumidores e empresas brasileiras, segundo apurou o jornal Valor Econômico. As condições já são outras nos financiamentos de veículos e nas operações de crédito bancário, de acordo com matéria publicada nesta quarta-feira. No caso dos automóveis, os prazos máximos começaram a baixar e as taxas de juros subiram. Mas como a demanda supera a oferta, essas alterações ainda não apareceram claramente no mercado.

" Pelo lado da oferta, pode ter ajustes pontuais, mas nada que bancos precisem brecar as concessões, como ocorre nos EUA "

Toda vez que a crise das hipotecas se agrava, os juros futuros sobem e levam junto as taxas bancárias no Brasil, avalia o jornal Valor. Neste início de ano não foi diferente e os juros já subiram mais de um ponto percentual. Isso acontece porque boa parte dos recursos usados pelos bancos para empréstimos são captados no mercado (interno e externo) com a emissão de títulos, como os CDB, por exemplo, e as taxas desses títulos oscilam em função dos juros futuros.

A insegurança dos bancos fez com que algumas financeiras retirassem os planos de 72 meses. Os juros também subiram. Quando aplicada sobre R$ 20 mil - valor médio bastante comum no financiamento de veículos - a mudança nas taxas altera significativamente a prestaçã em 60 meses, o valor da parcela passou de R$ 454,60 para R$ 514,00 num período de três semanas. Os vendedores disseram ao Valor que os bancos ainda poderão voltar atrás.

Bancos mexem nas taxas e consumidor também se retrai

O gerente de vendas de uma concessionária conta que foi surpreendido logo no início de janeiro por um aumento de 1,09% para 1,43% nos juros dos planos para venda de carros zero-quilômetro em 60 parcelas. Há mais ou menos uma semana, no entanto, o mesmo banco voltou a baixar a taxa para 1,29%.

O consumidor também já se retraiu, segundo informam os gerentes das revendas. Em uma concessionária, a participação das vendas financiadas nos carros novos caiu de 55% para 40% em menos de um mês. As mudanças nas condições de crédito ainda não foram oficialmente registradas pelas entidades que representam a indústria e os bancos das montadoras, mas estão no dia-a-dia das lojas.

Para o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Nicola Tingas, não há razão para a oferta de crédito piorar no Brasil.

- Pelo lado da oferta, pode ter ajustes pontuais, mas nada que bancos precisem brecar as concessões, como ocorre nos EUA - avalia, em entrevista ao jornal Valor.

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