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Imprensa
Bancos focam consignado para turismo no fim de ano

jornal DCI 25/10/2007 - Luciana Bruno

Antevendo maior crescimento do crédito no final do ano devido à antecipação do 13º salário, bancos investem em novas modalidades de consignado para setores que têm mais demanda no período de festas, como o turismo. A Nossa Caixa, por exemplo, fechou parceria com a Associação da Indústria Hoteleira de São Paulo (AIH-SP); Cruzeiro do Sul, Arbi e Cacique estudam acordos com empresas de turismo para oferecer empréstimos a funcionários públicos e aposentados; e o BMG já tem projetos pilotos em andamento. O objetivo é aproveitar a alta prevista de 10,8% para o consignado em novembro e dezembro, fechando 2007 em R$ 67,5 bilhões, salto de 40,3% sobre 2006.

Segundo Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a antecipação do 13º salário a aposentados e pensionistas e no funcionalismo público poderá acelerar mais o crédito consignado nos últimos meses de 2007. "Quem recebeu parte do 13º em junho já gastou tudo e irá recorrer a novos empréstimos, tanto para pagar dívidas como para presentes e viagens", explica.

Pensando nisso, a Nossa Caixa fechou parceria com a AIH-SP para oferecer consignado de turismo a seus 5,6 milhões de clientes, sendo 1,5 milhão funcionários públicos do Estado de São Paulo. A carteira de consignado do banco soma hoje R$ 3 bilhões. Segundo Maurício Bernardino, presidente da associação, o projeto como um todo deve movimentar até R$ 12 bilhões na indústria hoteleira. Os destinos serão São Paulo, Ilha Bela, Campos do Jordão e Serra Negra. O lançamento é em duas semanas.

Os bancos também estão criando modalidades de consignado para bens de consumo. O BMG passou a oferecer em agosto consignado para eletrodomésticos, e bancos como PanAmericano, Unibanco e HSBC têm o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) consignado. Seguindo a tendência, o Cruzeiro do Sul estuda parcerias com quatro empresas de turismo. "É uma forma de atrair pessoas que atualmente não se financiam pelo consignado", afirma Fausto Guimarães, superintendente de Relações com Investidores do banco.

Já o banco Arbi estuda parceria com uma grande empresa de turismo estrangeira. Com carteira de R$ 100 milhões em consignado, o banco pretende oferecer o produto no País inteiro. "É uma evolução do consignado", comenta Luis Fernando Pessôa, diretor executivo do banco. O Cacique também deve iniciar conversações com empresas de turismo.

Proibição do governo

O governo federal suspendeu por 90 dias a partir da última segunda-feira (22) a concessão de empréstimos consignados para servidores públicos federais. A decisão ocorreu para apurar possíveis falhas no sistema. A auditoria envolveu operações do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siap), que controla a folha de pagamento dos funcionários públicos federais. Um dos problemas apontados era o fato de empresas não autorizadas oferecerem consignado. Atualmente, apenas bancos oficiais (Caixa e BB), além das empresas de previdência privada, podem dar o empréstimo para esses funcionários.

"Os bancos estão otimistas em relação à decisão, que pode melhorar a segurança", diz Renato Oliva, diretor da Associação dos Bancos Comerciais (ABBC). A entidade entregou no ano passado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedido para que bancos privados possam atuar diretamente com os funcionários públicos federais, não apenas por meio das empresas de previdência privada, como ocorre hoje. Segundo Oliva, o custo da operação cairia.

Além do âmbito federal, o consignado também passa por problemas em estados que não estão repassando os descontos em folha de pagamento de seus funcionários aos bancos. É o caso de Alagoas, Piauí e Rio de Janeiro, que estão em atraso de mais de 45 dias. O Cruzeiro do Sul tem R$ 2 milhões a receber de Alagoas.

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