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Imprensa
Bancos mineiros impulsionam o consignado

jornal DCI 26/07/2007 - Alex Capella

Impulsionados pela crescente demanda pelo crédito consignado, favorecida pela queda da taxa básica de juros (Selic), os bancos mineiros vêm resistindo ao assédio dos grandes grupos do setor. Apontados pelo mercado como alvo dos líderes do segmento, que vêm promovendo uma série de aquisições pelo País, as instituições bancárias em Minas Gerais apostam na manutenção do negócio e comemoram os bons resultados dos últimos meses.

Abalados pelo escândalo do mensalão, que contaminou todo o mercado e gerou desconfiança nos investidores, os bancos mineiros conseguiram superar a crise e, ao contrário do prognóstico dos especialistas, estendem sua atuação para outros estados. Líder no mercado de crédito consignado, o Banco BMG, controlado pelo empresário Flávio Pentagna Guimarães, registrou lucro líquido de R$ 253,29 milhões no primeiro semestre de 2007, crescimento de 103% em relação ao mesmo período do ano passado.

O patrimônio líquido aumentou 30%, passando de R$ 893,97 milhões para R$ 1,17 bilhão em 2007. O saldo no final do primeiro semestre de 2007 (incluindo os créditos cedidos) das carteiras de crédito e arrendamento mercantil totalizou R$ 10,27 bilhões, representando uma expansão de 28% comparado a 2006. O bom desempenho, segundo Márcio Alaor, vice-presidente do banco, deve-se ao investimentos feitos nos últimos meses em modernização e na ampliação do número de representantes no País. "Esse esforço refletiu-se ao longo do primeiro semestre e seu resultado aparece nos controles internos da instituição, na recuperação de crédito e no atendimento aos correspondentes bancários".

No primeiro semestre de 2007, as operações de crédito do BMG geraram um volume de R$ 2,84 bilhões, sendo que o crédito consignado respondeu por 68% (R$ 1,95 bilhão) desse montante. Do total do consignado, 47,6% foram para aposentados e pensionistas; 43,8% para servidores públicos e 8,6% para empresas privadas. Apesar do bom desempenho, o vice-presidente da instituição acredita que o banco ainda tem muito mercado para conquistar. "Estamos muito satisfeitos com o banco. Por isso, não temos a intenção de vendê-lo agora", diz.

Inaugurado no ano passado, o Banco Semear, controlado pelo Grupo Seculus, fechou o primeiro trimestre de 2007 com crescimento de 82% em seus ativos em relação ao mesmo período de 2006. O resultado foi beneficiado pelo incremento de 96% na carteira de crédito para pessoas jurídicas e a estruturação do crédito consignado para funcionários públicos, que fechou o primeiro trimestre com uma carteira de R$ 25 milhões. Assim como BMG, o Semear tem expandido sua base de atuação em Minas Gerais, Sul e Nordeste do País, com a estruturação de escritórios de negócios e credenciamento de novos correspondentes bancários. "O banco ainda não foi procurado para um possível processo de aquisição. Agora, não temos interesse em vendê-lo. Pode ser que, no futuro, possamos avaliar a possibilidade", explica Elcio Azevedo, presidente do Banco Semear.

Prestes a divulgar o desempenho no primeiro semestre, o Banco Rural não quis antecipar resultados. Em nota, a instituição informou que "os acionistas acreditam que a aquisição do Rural é um ótimo negócio. Mas o banco não está à venda".

Intermedium

A mineira Intermedium, a maior financeira de Minas Gerais e a 18ª do País, encerrou o primeiro semestre de 2007 com lucro líquido 85% maior do que igual período do ano passado, alcançando R$ 7,95 milhões. Diante do desempenho, a empresa espera superar o resultado de R$ 10,85 milhões de 2006. A expectativa da financeira, caso o negócio continue crescendo, é de se transformar em agência, para oferecer outras modalidades de crédito.

De acordo com o diretor executivo da instituição, Dauro de Carvalho e Silva, tanto o incremento do crédito pessoal consignado quanto as aplicações em Letra de Câmbio Intermedium foram decisivas para o bom resultado do semestre. A carteira de empréstimo da Intermedium cresceu 43% nesse período e a carteira de investidores - aplicações em Letra de Câmbio Intermedium - aumentou 48%. Nos primeiros seis meses do ano o patrimônio líquido da instituição cresceu 42% se comparado ao mesmo período de 2006. "A ampliação de recursos disponíveis em carteira, uma boa gestão de risco e a carteira de crédito, principalmente do consignado, garantiram o bom desempenho da financeira", diz o executivo.

Para Carvalho e Silva, as perspectivas são boas para o segundo semestre. "Contribuem para os resultados fatores como inflação controlada, forte expansão do crédito, além do lançamento de novos produtos e o incremento do consignado junto às empresas privadas", completa.

Com 13 anos de mercado, a Intermedium tem crescimento anual de mais de 30%. Com patrimônio líquido de R$ 44,5 milhões, e uma carteira de crédito que soma R$ 105,897 milhões, Carvalho e Silva ressalta que a meta da instituição agora é transformar-se em banco. "Os bons números do balanço são credenciais fortes para isto", completa.

Média nacional

O crescimento da carteira de crédito consignado das empresas mineiras está ocorrendo acima da média nacional. Dados do Banco Central divulgados ontem mostram que de janeiro a junho de 2007 o consignado cresceu 15,1%, somando R$ 38,2 bilhões. A Intermedium registrou crescimento de 43% nessa modalidade no mesmo período. Já a carteira do BMG subiu 28%. Segundo o BC, o consignado cresceu 38,7% nos últimos 12 meses, somando R$ 214,5 bilhões nos primeiros seis meses do ano. Em 2006, no mesmo período, registrou R$ 151,5 bilhões. O crédito pessoal, por sua vez, atingiu R$ 578,3 bilhões, um crescimento de 25,8% nos últimos 12 meses.

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