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Imprensa
Veículos puxam mercado de crédito para o consumidor

DCI

Renato CarvalhoGuilherme Manechini 

Os bancos continuam apostando no crédito para consumo, principalmente
através de suas financeiras e de parcerias com grandes redes varejistas.
Dentre as modalidades voltadas para este fim, destaca-se o financiamento de
veículos, principalmente através do leasing. Essa modalidade, de acordo com
os dados do Banco Central, fechou o mês de fevereiro com um saldo de R$ 15,2
bilhões somente para pessoas físicas, um incremento de 63,3% no período de
12 meses. Somente em fevereiro, foram R$ 2,147 bilhões em novos contratos,
contra R$ 1,804 bilhões no mesmo mês do ano passado, um salto de 33,98%.

A outra modalidade de financiamento de veículos, o Crédito Direto ao
Consumidor, também apresenta forte crescimento. De acordo com os dados do
BC, a carteira acumulada dos bancos chegou a R$ 65,275 bilhões em fevereiro,
um avanço de 22,8% em 12 meses. Este ritmo de crescimento, entre as
principais operações para pessoa física, só é menor que o registrado pelo
crédito pessoal, em que grande parte também é voltado para o consumo. Nesta
modalidade, o saldo em carteira chegou a R$ 83,386 bilhões, com um salto de
25,1% em 12 meses.

Para Rafael Euclydes de Campos Cardoso, presidente da Associação Brasileira
das Empresas de Leasing (Abel), este crescimento registrado nas novas
operações fica dentro dos parâmetros esperados pela entidade. "No final do
ano passado, fizemos uma projeção de crescimento de 30% para este ano. Nós
sabemos que o mercado se aquece a partir do segundo semestre, mas só vamos
poder discutir uma revisão dessa projeção após termos acesso aos números do
primeiro trimestre".

Ele afirma que entre as pessoas físicas, o automóvel ainda tem a maior
participação na carteira. "Até mesmo por conta do valor de um veículo,
comparado aos outros bens que uma pessoa pode financiar através do leasing".
Em fevereiro, os contratos com consumidores totalizaram R$ 1,719 bilhão, o
que representa uma participação de mais de 70% do total.

Mas o financiamento tradicional continua merecendo atenção por parte dos
bancos, e deve continuar crescendo em ritmo forte em 2007. De acordo com
Dirceu Variz, diretor da Finasa, financeira controlada pelo Bradesco, o
mercado deve continuar aquecido este ano. "Atualmente, temos uma carteira de
aproximadamente R$ 16 bilhões, e esperamos um crescimento de 20% a 25% para
2007", afirma. Caso a projeção se confirme, a carteira da Finasa pode chegar
a R$ 20 bilhões ao final deste ano.

Variz revela que a financeira, que atua somente através de concessionárias,
pretende reforçar sua atuação em alguns nichos para continuar crescendo.
"Nós já estamos nos estruturando para ter uma penetração maior junto ao
público de alta renda, através de concessionárias que vendam carros de maior
valor agregado e também de grandes negociadores", conta. Ele afirma ainda
que o banco está estudando novas parcerias para colocar esta ação em
prática, mas não quis dar maiores detalhes.

Captações de varejistas

As redes varejitstas também tentam se estruturar para este aumento do
consumo. Na última sexta-feira, as Lojas Americanas registraram na Comissão
de Valores Mobiliários (CVM) uma emissão de debêntures de R$ 230 milhões.
Trata-se da primeira operação do tipo oriunda de uma rede de varejo nos
últimos dois anos. Assim como não houve lançamentos de debêntures do setor,
os varejistas e demais empresas do comércio também não recorreram a
securitização de recebíveis na forma de Fundos de Investimento em Direito
Creditório (FIDC).

Na opinião de Eduardo Lisbôa Rocha, CEO da Boa Esperança Recebíveis, só
empresas com fluxos de pagamentos pré-datados (cartão, cheque ou boleto)
muito grandes podem gerar ativos possíveis de securitização. "Os maiores
players, normalmente, já têm parcerias com financeiras, o que acaba inibindo
a estruturação de FIDCs e debêntures".

Já para José Alexandre Freitas, sócio-diretor da Oliveira Trust,
supermercados, varejistas e lojas de bens de consumo são potenciais
originadores de FIDCs. "Geralmente as empresas do setor não são companhias
abertas e o FIDC é um atrativo, pois elas acessam o mercado de capitais sem
ter de abrir o capital", explica.

Segundo o executivo, ao menos duas empresas do setor realizaram consultas
neste ano para ver a viabilidade da operação. "Com as quedas na taxa básica
de juros (Selic), a formação de um FIDC fica mais atrativa".

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