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Imprensa
Bancos ampliam convênios com empresas privadas

jornal Valor Econômico 09/04/2007 - Fernando Travaglini           

Com a desaceleração do crédito consignado em 2006, o objetivo dos bancos e financeiras agora é avançar no segmento de empresas privadas. Dos R$ 50,5 bilhões em carteira, apenas R$ 6,2 bilhões correspondente a empréstimos para trabalhadores do setor privado, com quase 90% das operações concentradas no funcionalismo público e aposentados e pensionistas do INSS.

"A primeira onda do crédito consignado foi do setor público. Em seguida vieram os empréstimos para aposentados e pensionistas do INSS. A nova onda, que ainda não se iniciou, é a dos trabalhadores do setor privado", avalia o vice-presidente da Associação de Brasileira de Bancos (ABBC), Renato Oliva.

No Banco BMG, um dos líderes do setor, cuja carteira atingiu R$ 9,3 bilhões em março, a estratégia é elevar a participação dos privados, hoje em 6%. "Devemos crescer a carteira em torno de 40% no setor privado, acima dos 30% da carteira total", avalia o vice-presidente da instituição, Márcio Alaor.

O banco, que já mantém convênios com empresas como Companhia Vale do Rio Doce, Usiminas e Pepsico, lembra que este segmento é ainda mais rentável, devido ao maior risco que eleva as taxas de juros e o spread. "A inadimplência para aposentados está em 1,5%, enquanto para os funcionários de empresas privadas fica perto de 5%. Com isso, as taxas de juros sobem de 2,8% para 3,2%", explica Alaor.

As taxas mais altas são ainda mais rentáveis se considerarmos as quedas nos custos de captação. "Quando houve a quebra do Banco Santos, as taxas de captação eram de CDI mais 5%. Hoje, para uma cessão de carteira de R$ 500 milhões, conseguimos pagar CDI mais 1,5%, devido ao aumento da procura pelos grandes bancos", comemora o vice-presidente do Banco BMG.

O problema desses empréstimos, segundo o vice-presidente da ABBC, é a necessidade de se criar interfaces específicas para cada companhia conveniada. "Estabelecer links com empresas privadas é mais difícil porque cada uma tem um sistema diferente. Já para os aposentados, usamos uma única interface para todo o sistema da Dataprev, do INSS", explica Renato Oliva, que também é diretor do Banco Cacique.

Além disso, a maior rotatividade dos funcionários quando comparados com a estabilidade do servidor público eleva os riscos da operação, explica o gerente nacional da Caixa Econômica Federal, Zaqueu Soares Ribeiro. A instituição, líder de mercado de empréstimos para aposentados e pensionistas, pretende fechar o ano com saldo de R$ 8 bilhões. Até o final de março, a carteira estava em R$ 6 bilhões.

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