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Imprensa
Consumo consciente reduz calote

jornal O Estado de S. Paulo 15/03/2007

Márcia De Chiara e Marilena Rocha

Três em cada quatro consumidores que no ano passado entraram para a lista de inadimplentes conseguiram quitar as dívidas atrasadas nos quatro primeiros meses após a inclusão. Em 1996, o índice de recuperação era menor: dois em cada quatro inadimplentes limpavam o nome nesse período.

O levantamento é da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), feito especialmente para ilustrar a evolução do consumidor, na comemoração de seu dia. 'Esse índice de recuperação de crédito não era atingido desde 1968, período do 'Milagre Econômico', diz a gerente de Promoção de Crédito da entidade, Isabel Guimarães.

Além da recuperação do emprego e da renda, Isabel observa que a maior conscientização do consumidor contribuiu para o melhor desempenho. 'O consumidor ainda gasta mais do que pode, mas está mais consciente e cauteloso que em períodos passados.'

Um dado que confirma essa tendência é apontado na pesquisa sobre o perfil do inadimplente, feita pela ACSP. Em 1996, o descontrole dos gastos era responsável por 22% da inadimplência. No ano passado, esse fator foi apontado por 11% dos entrevistados. O desemprego, no entanto, continua sendo a principal razão do calote.

Isabel destaca que o movimento do consumo consciente, isto é, orientações dadas ao consumidor para gastar o dinheiro da melhor forma possível, tem tido peso importante nessa evolução positiva nos indicadores, especialmente a partir de 2001. Nesse ano, o índice de recuperação dos créditos em atraso era de 61,06%. No ano passado, atingiu 76,8%.

Neste ano, a ACSP lançou o Movimento de Apoio ao Consumidor (MAC), que oferece cartilhas de orientação para administrar o orçamento familiar, além de ensinar a limpar o nome na praça, gratuitamente.

Com o registro de 500 mil reclamações ao longo do ano passado, especialmente nas áreas de aviação civil, telefonia e bancos, a Fundação Procon-SP entende que o consumidor está cada dia mais consciente de seus direitos e também acreditando mais que os órgãos de defesa, governamentais ou não, podem intervir de fato a seu favor.

'Tivemos muitos avanços no setor, mas é certo que a fiscalização deve ser intensificada contra práticas e produtos que ofereçam riscos e violações de direitos', afirma o diretor executivo do Procon-SP, Roberto Pfeiffer.

Na sua opinião, é preciso avançar mais na questão da propaganda enganosa e abusiva. 'Essa área ainda é pouco controlada. Os órgãos precisam se capacitar para melhorar a intervenção no setor, contra o engano que induz ao erro.'

Pfeiffer diz que é preciso intensificar o diálogo entre as agências reguladoras e os órgãos de defesa do consumidor. Mas ele conclui que, no geral, houve muitos avanços nos últimos anos. Tanto é que a defesa do consumidor passou a fazer parte do currículo de cursos universitários brasileiros. 'A produção acadêmica no setor foi excepcional.'

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