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Imprensa
Gastos de jovens com cartão devem dobrar e chegar a R$ 20 Bi este ano

Jornal O Globo 14/01/2007 - Bruno Rosa                                  

Apesar do alto índice de inadimplência, os jovens ainda mostram o seu poder de consumo no país. De acordo com projeções do Banco Itaú, depois de crescer 26% no ano passado, as compras dos consumidores entre 18 e 24 anos no cartão de crédito vão dobrar este ano em relação a 2006 e chegarão a R$ 20 bilhões. Em meio ao forte ritmo de crescimento, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) alerta para os perigos da prática dos bancos de envio de cartões sem autorização.

Muitos bancos estão aumentando o número de parcerias com faculdades, para ampliar o acesso aos jovens. Paulo Pacini, coordenador do Idec, diz que a iniciativa dos bancos não tem autorização dos universitários.

Já as instituições alegam que investem em programas de conscientização e distribuem cartilhas aos mais novos.

— Os bancos vendem a imagem de independência. É importante avaliar como os jovens estão sendo atraídos para o sistema financeiro. O consumidor, ao receber qualquer produto sem autorização, deve pedir a retirada do nome do cadastro da empresa e solicitar o cancelamento do cartão. É uma prática abusiva — afirma Pacini.

‘Jovem americano e europeu é mais bem orientado’ Os jovens já são responsáveis por 11% (9,2 milhões) dos 82 milhões de unidades dos cartões de crédito em circulação no país. O gasto médio dos mais novos, de R$ 62, no entanto, é menor que a média geral do mercado, de R$ 90. Porém, a inadimplência entre eles está acima da média do mercado de cartões, estimada entre 9,5% e 10%, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Segundo Fernando Chacon, diretor de Marketing de Cartões de Crédito do Itaú, a inadimplência dos jovens é vista como algo natural, já que estão tendo o primeiro contato com o sistema financeiro.

— A inadimplência no cartão de crédito varia entre as instituições financeiras. No Itaú, é de um mês sem o pagamento da fatura. Fortalecemos os convênios com as faculdades. Independentemente da renda, o jovem já tem um limite de R$ 700. O nosso objetivo é inserir cada vez mais o cartão no dia-adia do jovem, e ainda são feitas ações de conscientização com cartilhas — diz Chacon.

No Banco do Brasil, o limite, para quem não tem renda, é de R$ 500. Marcelo Labuto, gerente executivo do Banco do Brasil, explica que a estratégia da instituição é feita para fidelizar o jovem antes mesmo de entrar no mercado de trabalho.

— O número de jovens que entram no mercado financeiro cresce 10% ao ano no banco.

Nosso objetivo é estar presente em todas as etapas da vida do correntista. Os jovens usam os serviços que estão disponíveis. Assim, acabam usando mais o cheque especial em relação aos outros correntistas. Por isso, preocupamo-nos em educar financeiramente os nossos correntistas — afirma Labuto.

Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), ressalta que “o jovem americano e europeu é mais bem orientado”: — Lá fora, mesmo que se endivide, o custo é baixo porque os juros são de 5% ao ano.

Aqui, ultrapassam os 200%.

A estudante Jacqueline Pozes, de 25 anos, que trabalha como recepcionista, afirma que conciliar as compras com o orçamento é muito complicado.

Segundo ela, muitas vezes as contas não ficam em dia, mas sempre pode contar com a ajuda dos pais ou do noivo.

— O limite que os bancos oferecem aos clientes é um verdadeiro vilão para quem quer poupar dinheiro, pois uma pessoa pode extrapolar com os gastos e deixar contas pendentes no fim do mês — diz Jacqueline.

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