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Comércio mantém liquidação
O comércio de São Paulo está em liquidação há dois meses e pretende continuar nesse ritmo até o Dia das Crianças. Com a frustração da Copa do Mundo e o inverno quente que não ajudou nas vendas, agora é a vez da concorrência dos produtos chineses, por causa do câmbio baixo, obrigar os comerciantes a criar promoções ininterruptas. De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o setor mais prejudicado pela avalanche de produtos chineses são os artigos de vestuário e os eletrônicos. "Nunca tivemos uma liquidação tão longa", afirma ao jornal Rafael Borges de Souza Jr., diretor de marketing da Fascar. Desde julho, a rede especializada em calçados masculinos e com 23 lojas espalhadas pelo País concentrou a liquidação em cinco lojas. O esforço de liquidar os estoques e de até dar desconto de 5% no preço à vista ou parcelar o pagamento no Dia dos Pais garantiu apenas o empate nas vendas de janeiro a agosto deste ano na comparação com o mesmo período de 2005. O caso dessa rede varejista não é uma exceção. "Infelizmente há um desgaste da palavra liquidação", diz o presidente da Associação dos Lojistas de Shoppings (Alshop), Nabil Sahyoun. Ele argumenta que a vontade de várias redes varejistas de sair na frente com a liquidação provocou uma desorganização no varejo. "Quem ganha é o consumidor. As redes aumentam o movimento com as liquidações, mas o lucro, não." O economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, concorda com Sahyoun: a vantagem é do consumidor. "Nunca as liquidações foram tão longas e fora de hora." Na sua opinião, uma conjugação de fatores está levando a esse movimento de corte de preços, entre os quais a decepção da Copa do Mundo, o inverno quente e o efeito China. Com o câmbio baixo, os produtos chineses estão forçando os fabricantes nacionais a liquidar os estoques. É exatamente esse fator que tem garantido liquidações permanentes nas lojas, caso contrário perde-se mercado. Fonte: Invertia/Estado de São Paulo | |