O atual ministro, que havia se encontrado com Lula mais cedo, foi questionado sobre como o presidente estaria se sentindo após a saída do seu "último auxiliar no governo". Mantega afirmou que Lula "não deve estar contente por ter perdido seu ministro da Fazenda", mas disse que questões emocionais não foram discutidas na reunião.

Ele disse ainda que "Lula não perdeu o último de seus auxiliares", pois ele também se considera um forte auxiliar do presidente. Ele citou também a ministra Dilma Rousseff, o senador Aloizio Mercadante, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, entre outros.

Mantega não descartou mudanças na equipe econômica, em seu primeiro pronunciamento. Ainda é prematuro falar sobre isso, afinal eu fui avisado esta tarde (sobre o novo posto). Vou tomar posse, vou analisar os quadros", disse Mantega ao ser questionado por jornalistas se mudaria alguém do Tesouro Nacional ou do Banco Central. "Em princípio eu considero a equipe da Fazenda muito eficiente, mas não descarto a possibilidade de fazer algumas mudanças."

A demissão de Palocci foi aceita pelo presidente Lula nesta tarde. A queda do ex-ministro tornou-se inevitável depois que o nome dele foi envolvido em denúncias de corrupção. No escândalo mais recente, o caseiro Francenildo dos Santos Costa afirmou que Palocci freqüentava uma mansão de luxo em Brasília onde seria distribuída propina arrecadada em Ribeirão Preto, cidade onde ele foi prefeito.

O vazamento de um extrato bancário de Francenildo de dentro da Caixa Econômica Federal (CEF) complicou ainda mais a situação de Palocci. Nesta tarde, o presidente da CEF, Jorge Mattoso, confirmou que entregou o extrato ao ex-ministro. Mattoso também pediu demissão nesta segunda-feira, segundo ele, "visando resguardar imagem institucional da Caixa".

Com a saída de Mantega, a presidência do BNDES será assumida pelo atual vice-presidente, Demian Fiocca.