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Novo banco de BB e Bradesco mira público fora do sistema financeiro

 

Novo banco de BB e Bradesco mira público fora do sistema financeiro

Por Thais Folego | De São Paulo

Ronaldo Varela, da Alel ideia é complementar a oferta de produtos e serviços dos controladores para as classes C e D

Começa a ganhar contornos concretos um novo banco, negócio conjunto de Bradesco e Banco do Brasil, para gerenciar operações de crédito ao consumo e oferta de produtos para as classes emergentes. Ainda sem nome conhecido, a instituição está sendo estruturada sob a Alelo (antiga CBSS, que administra os cartões Visa Vale), cujo principal negócio hoje são cartões pré-pagos de alimentação e refeição. A Alelo deve ganhar peso com a Elo, a bandeira nacional de cartões criada pelos dois grandes bancos há dois anos.

Fica evidente que a intenção, ao criar um banco, é passar a dar crédito. Mas não está claro como a estratégia do novo banco se encaixará na linha de produtos e serviços dos seus dois controladores. A ideia, segundo Ronaldo Varela, diretor-executivo comercial, de novos negócios e produtos da Alelo, não é competir com os acionistas, mas sim complementar a oferta para as classes C e D.

O novo banco será comandado por Osvaldo Cervi, que veio da área de mercados de capitais do Banco do Brasil. Ele também substitui Newton Neiva na presidência da Alelo e passa a acumular os dois cargos. Neiva foi convidado para o conselho de administração, mas ainda não respondeu à oferta.

O banco vai abarcar a Ibi Promotora e sua carteira de ativos (cartões, crédito pessoal e crédito consignado), que a Alelo comprou do Bradesco por R$ 419 milhões em março do ano passado.

"A carteira de ativos e as 144 lojas do Ibi vão migrar para a gestão da Alelo, mas para isso precisamos constituir um banco. Para estruturar essa instituição, o que inclui criar processos, plano de negócios e pedir as licenças do Banco Central, trouxemos o Osvaldo Cervi do Banco do Brasil", conta Varela.

Os bancos brasileiros ainda não conseguiram encontrar um modelo lucrativo para acessar os milhões de brasileiros que estão chegando ao mercado consumidor e não possuem conta em banco. O modelo usado até agora, o de parceria com redes de varejo, não tem se revelado muito acertado, como mostrou reportagem do Valor de 25 de julho. Desde 2004, foram cerca de R$ 3,8 bilhões investidos pelos maiores grupos financeiros do país, em especial o Itaú e o Bradesco, nesse tipo de associação, mas a maioria ainda não deu retorno e os indicadores de inadimplência estão crescendo.

"É uma terra para se desbravar. É uma população que não tem relacionamento bancário e as instituições financeiras precisam descobrir como incluí-la", diz Boanerges Ramos Freire, consultor de varejo financeiro. Segundo ele, um meio de fazer isso é por meio de cartão pré-pago, que seria uma porta de entrada para um público que vai chegar ao mundo do crédito de forma consistente nos próximos anos. "Tem que ser um produto de baixo custo e linguagem simples", diz, ressaltando que esse é um segmento de margens menores.

Varela não quis entrar em detalhes de como será a atuação do novo banco porque a instituição ainda está sendo estruturada. Mas, considerando-se que o foco são pessoas das classes C e D, faz sentido que fique sob a Alelo, que foi eleita para ser o braço de pré-pagos da Elo.

A Alelo nasceu em 2003 com o nome de Companhia Brasileira de Soluções e Serviços (CBSS) para emitir o voucher de alimentação e refeição Visa Vale, já sob o comando de Newton Neiva. Depois que a Visa vendeu sua participação de 10% no negócio para Bradesco e Banco do Brasil, em 2010, os banco ficaram com participações de 50,1% e 49,99%, respectivamente.

Em 2010, a empresa começou de fato a se transformar em uma empresa típica de pré-pagos ao lançar o cartão de viagem em três moedas: dólar, euro e libra. No mês que vem é a vez do cartão presente, em três versões: com a bandeira Visa, Elo ou sem bandeira, este último para ser usado em lojas específicas. (Colaborou Adriana Cotias)



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