Área exclusiva de acesso do associado ANEPS. Para acessar a área restrita da CERTIFICAÇÃO, CLIQUE AQUI

Imprensa
“Nós precisamos taxar o agronegócio”, defende presidente da AL

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (PSB) defendeu a taxação do agronegócio para que o Estado tenha capacidade financeira para resolver os graves problemas de caixa, envolvendo, principalmente, a área da saúde.

 

O parlamentar voltou a ressaltar que o parlamentar apontou que o Executivo, em dez anos, deixou de arrecadar R$ 35 bilhões, por conta da Lei Kandir, que isentou a cobrança de ICMS das commodities agrícolas (soja, gado em pé, algodão e madeira) para exportação.

 

Em meio a discussão em busca de uma saída para regularizar os repasses para o setor, Botelho afirmou que o importante, neste momento, seria cobrar uma maior participação dos produtores.

 

“O que precisamos discutir é o pagamento de impostos pelo agronegócio. O agronegócio gera uma riqueza muito grande, mas, na verdade, apenas para os proprietários. Eles não pagam impostos. O que gira dentro do Estado é de algo em torno de 3%. É A Ilha da Fantasia. O paraíso desejado. Essa situação que estamos vivendo”, disse, em entrevista à Rádio Capital FM, na manhã desta terça-feira (6).

 

“Não tem como, nós precisamos taxar o agronegócio”, completou.

 

Botelho questionou o fato de o Governo deixar de arrecadar com a tributação do setor e receber em troca apenas o Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FEX).

 

“Não tem como o agronegócio arrecadar R$ 4 bilhões e o Estado apenas R$ 400 milhões com o misero Fex que pagam quando e como o Governo federal quer. Não para o Estado falar em fazer uma saúde com qualidade”, declarou.

 

O Fethab

Atualmente, a arrecadação com o setor se resume ao Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), feita por meio do calculo por porcentagens sobre o valor da Unidade de Padrão Fiscal (UPF), que atualmente é de R$ 128,67. 

 

Para cada tonelada de soja transportada, é cobrado o equivalente a 19,21% da UPF; 20,47% por tonelada de algodão; 9,305% para cada metro cúbico de madeira; e 23,52% por cada cabeça de gado. Para o óleo diesel, a quantia cobrada é de R$ 0,21 por litro.

 

O presidente da AL ainda condenou o posicionamento de representantes do setor que não concordaram com propostas envolvendo a retirada de recursos do Fethab para a área da saúde. “Eles pagam apenas o Fethab Commodities e ainda querem achar que são donos dele. Não são donos. Esse recurso é do Estado. Não tem como mais falar que é do setor do agronegócio. O Estado é que deve determinar o que vai ser feito com isso”.

 

Resistência

Mesmo com a necessidade, Botelho ponderou que uma proposta para tal taxação não seria aprovada na Assembleia Legislativa, mesmo que o governador Pedro Taques (PSDB) se esforçasse para isso.

 

“O Governo não teria condições de tomar uma decisão e aprovar. Passou o momento de que o Governo esteve forte. Ele precisa dialogar muito, para conseguir aprovar qualquer projeto. Nós não conseguimos aprovar, pois, a maioria dos parlamentares é ligada ao agronegócio”. 

 

O deputado defende que o tema deve ser discutido, mesmo que a implantação seja realizada em um próximo Governo. “É uma discussão que precisamos fazer. Se não começar nesse Governo que seja no outro. Não tem mais como o Estado continuar assim. Vai ter que fazer isso em algum momento. Gostaria que fosse agora, mas vejo um momento político sem condições de aprovar”.

RECEBA NOSSAS NOVIDADES

Este site usa cookies para fornecer a melhor experiência de navegação para você. Para saber mais, basta visitar nossa Política de Privacidade.
Aceitar cookies Rejeitar cookies