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Imprensa
Para economistas, sinais de recuperação da economia minimizam efeitos da crise política

Apesar do aumento das turbulências políticas desde a divulgação dos áudios gravados por Joesley Batista, dono da JBS, os sinais cada vez mais claros de que a economia está se recuperando devem minimizar os efeitos da crise política. No novo cenário, as reformas macroeconômicas promovidas pelo governo são mais difíceis de serem aprovadas, mas a orientação principal da política econômica deve seguir a mesma, avaliaram economistas durante o Congresso da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP), que ocorre nesta segunda-feira (05/06) em São Paulo.

 

Para Alessandra Ribeiro, diretora de Macroeconomia e Política da Tendências Consultoria, o mais importante é que se mantenha a direção da política econômica implementada desde a chegada de Michel Temer à Presidência, com a política fiscal mais responsável e a redução da taxa básica de juros. “Do lado econômico, temos muitas notícias positivas, e isso minimiza os efeitos da turbulência política. Temos a queda da inflação, e a melhora da situação das contas externas, por exemplo. Isso permite que a economia sofra de uma forma menos tensa”, diz.

 

Fernando Machado Gonçalves, superintendente de pesquisa macroeconômica do Itaú Unibanco, lembra que foram as variáveis econômicas positivas que permitiram que, apesar do cenário de incerteza, o Banco Central mantivesse sua política de redução de juros.

 

Alessandra, da Tendências, lembra que a economia brasileira ainda terá frutos a colher nos próximos meses. “A queda de juros ainda não teve impacto na atividade econômica. Há uma demora de seis a nove meses para isso ocorrer”, afirma.

 

Para Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, outro fator demonstra a estabilidade da economia brasileira frente à crise política. “No dia que aconteceu episódio da gravação, todos imaginávamos que taxa de câmbio sairia do controle. Hoje, algumas semanas depois, o mercado se movimentou pouco”.

 

Gonçalves avalia, no entanto, que o investimento, um dos fatores essenciais para a retomada sustentável da economia, pode ser negativamente impactado pelos acontecimentos recentes da política. “Era para estar ocorrendo a primeira votação da reforma da previdência na Câmara”, diz. “O investimento em capital fixo é o primeiro a se assustar com a maior incerteza, e acho que isso pode acontecer. As empresas que pretendiam investir já no segundo semestre tendem a postergar essa decisão”.

 

“Sem as reformas, a trajetória fiscal fica insustentável”, afirma Gonçalves. Mas ele opina que as reformas, apesar de difíceis, ainda estão no horizonte. “Para o investidor estrangeiro, as reformas saíram do curto prazo e passaram para o médio. Vejo também uma mudança na própria população brasileira: houve protestos contra a PEC do teto, mas, no passado, os protestos seriam maiores e mais numerosos”. Na reforma da Previdência, ele defende uma visão similar: apesar dos protestos, em anos anteriores ela seria impensável.

 

Honorato, do Bradesco, levanta outra questão. Segundo ele, pode ser conveniente tanto para a oposição quanto para a base do governo fazer as reformas. “Se o Temer não é candidato para 2018, para qualquer um que ganhar é melhor pegar uma economia mais arrumada", afirma.

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