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Imprensa
Classe C da Região Norte lidera pagamentos em dia

O consumidor de classe média e baixa dos Estados da Região Norte, incluindo o Amazonas, fazem parte da parcela da população brasileira campeã de pagamento em dia no país. De acordo com especialistas, essas características são culturais e econômicas e perduram há bastante tempo. A Pesquisa Nacional sobre Liquidação de Crediário realizada pela empresa MultiCrédito comprovou que o público com renda de até R$ 1 mil mensais atingiu um índice recorde de 94% dos crediários honrados somente em fevereiro deste ano.


 A Fundação Getúlio Vargas (FGV) define que a família é considerada de classe média, ou classe C, quando tem renda mensal entre R$ 1.064 e R$ 4.591. A classe D, chamados de remediados, ganha entre R$ 768 e R$ 1.064. Atualmente a classe média brasileira é formada por mais de 50% da população total do país, superior a 100 milhões de pessoas.

 

O presidente de um dos órgãos que tem maior relação com o consumidor manauense, a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-Manaus), Ralph Assayag, explicou que a classe média é a mais preocupada e a que mais se esforça para pagar em dia suas dívidas porque não dispõe de muito dinheiro para comprar, apenas de crédito no mercado e, se não pagar corretamente, vai perder a possibilidade para comprar. “As empresas acabam indo buscar o histórico das pessoas para dar o crédito. Se o cliente pagou em dia suas dívidas, tem crédito e pode comprar”, informa.

 

A classe A, mais confortável, não se preocupa tanto em pagar as dívidas em dia porque mesmo que falte o crédito, essa parcela da população dispõe de dinheiro vivo para fazer compras e às vezes até demora mais para pagar do que a classe C, explica o presidente da CDL-Manaus.

 

A informação também não significa que a classe A faz maior número de compras à vista porque maior parte desses consumidores preferem fazer compras no cartão de crédito, mas sempre pagam a fatura do cartão dentro do prazo. Neste caso, a classe B está mais misturada entre essas características porque está perdendo poder aquisitivo.

Assayag resumiu que, no geral, quando qualquer consumidor tem dívida e se torna inadimplente, o que demora mais para pagar são aqueles que compõem a classe A. Por outro lado, a classe C trata-se de uma base muito maior, onde todos compram um pouquinho em cada modalidade (carnê, cartão de crédito, crediário), mas em valores menores e procuram pagar o mais rápido possível. A média para honrar uma dívida entre a classe C, é de 90 dias, mas a classe A, ultrapassa cem dias.

 

Inadimplência

O executivo informou que o número de inadimplentes hoje no comercio amazonense é alto. Isso porque a média no Estado, de uma maneira geral, sempre foi tranquila e equilibrada em torno de 3,1% por conta de que a Região conta com um comércio e indústria pujantes, mas agora está em 4,5% e continua mais baixo do que a média nacional que é 5,8%. “Esse dado cresceu, ficou em um nível preocupante. Todo mundo começou a consultar mais e ter maior cuidado, mas mesmo assim pessoas que agem corretamente com suas finanças acabam tendo problema financeiro e ficando inadimplentes”, enfatiza.

 

Planejamento

A autônoma Alessandra Marques, 35, tem uma renda média mensal de R$ 2 mil e, por esse motivo, disse que honra suas dívidas acima de qualquer outro compromisso ou vontade de consumir, pois teme perder o crédito que demorou anos para conquistar. “Como minha renda não é tão alta, fica difícil comprar um produto para casa por exemplo, à vista. Nessas horas o parcelamento é perfeito, e sem crédito não é possível”, conta.

 

Cautela

O economista André Cardoso exemplificou que, geralmente, quem tem até R$ 1 mil de renda, tem no máximo o cartão de uma loja, não tem o cartão de crédito, nem limite do crédito especial, então possui poucas alternativas de compra.

 

Já o público que tem uma renda maior conta com cartão de credito, limite de cheque especial e o empréstimo pré-aprovado no banco, então se perder um desses itens continua com outras opções de fuga. “A população de baixa renda dificilmente tem conta em banco, usa cartão de crédito também sem vínculo com bancos”, comenta o especialista.

 

Cardoso analisa também que essa característica de bom pagador do nortista é antiga, por conta de dois fatores. Primeiro a má distribuição da renda, que deixa maior parte da população com pouca receita, ocasionando o medo de perder o crédito no mercado.

 

O segundo fator é cultural. Esses índices demonstram algo já conhecido da população do Norte que, há anos subiu o índice de bom pagamento de 60% para 90%.

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