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Imprensa
Startup facilita crédito a negativados e já arrecadou R$ 800 mil

São Paulo – Se você já tomou um crediário ou conhece alguém que já o tenha feito, deve saber quão penoso costuma ser tal processo – especialmente para quem sente na pele os efeitos da crise econômica.

 

O cliente vai a uma loja; olha os produtos vendidos, fazendo sua lista de desejos; negocia os valores com o vendedor; e então submete suas informações para uma análise de risco. Muitas vezes, esse longo procedimento não dá resultado: o consumidor tem seu crédito negado e sai da loja de mãos abanando.

 

O consultor financeiro Marco Túlio Ramos logo percebeu esse problema. Combinando tal demanda com o sonho de abrir uma startup, fundou em 2015 a EasyCrédito: um marketplace de serviços de crédito para quem tem nenhum ou pouco acesso às instituições financeiras.

 

Com dois anos de vida e quatro acelerações, a EasyCrédito já conta com 200 mil usuários cadastrados e 32 empresas oferecendo serviços (incluindo fintechs). Todos os dias, cerca 100 propostas são fechadas.

 

Na última rodada de investimentos recebido pela startup, por meio de uma campanha de equity crowdfunding, o negócio arrecadou 800 mil reais. Agora, a EasyCrédito negocia novos aportes e planeja uma expansão internacional.

 

Começo de negócio

Ramos já conhecia a área e o mundo do empreendedorismo: seu primeiro negócio foi uma consultoria de crédito para pequenas e médias empresas, aconselhando os documentos que deveriam ser apresentados e como se portar em uma negociação com um banco.

 

“O negócio começou a crescer bastante, beneficiando tanto para as empresas quanto os bancos. Mas eu não sabia nada sobre startups ainda, só sobre mercado financeiro. Então, me sugeriram que eu começasse a trabalhar em um espaço de coworking de Goiânia”, conta o empreendedor.

 

O começo foi estranho para Ramos, mas logo ele abandonou o jeitão de advogado e se inseriu no mundo de startups. Eventualmente, virou o sócio desse espaço de coworking por um tempo.

 

Ele só via um problema: ainda que fomentasse muitos negócios inovadores, seu próprio empreendimento continuava sendo tradicional. “Eu quis me desafiar a montar uma startup de finanças, que é a área pela qual me apaixonei.”

Aí surgiu a ideia da EasyCrédito – uma plataforma que antecipa a análise de crédito, para fazer com que a pessoa só vá à loja tendo a certeza de que poderá comprar.

 

“Quem precisa de crediário costuma ser quem tem nenhum ou pouco acesso ao sistema financeiro: o usuário que não conhece poderes de compra, como cartões”, explica Ramos. “A pessoa se frustra ao ir ao estabelecimento, escolher os produtos, negociar com o vendedor e, só depois de todo esse processo emocional e operacional, vê que seu crédito foi reprovado e volta de mãos vazias.”

 

Essa proposta se tornou realidade em março de 2015, quando a EasyCrédito foi lançada, em Goiânia. Ramos começou o negócio, mas hoje há outros quatro sócios-fundadores: Bárbara Moreira, Douglas Jason, Egio Arruda e Rodrigo Siqueira.

 

Como funciona, para os bancos e os usuários?

A EasyCrédito funciona tanto em uma versão para desktop quanto para smartphones (aplicativo), ambas gratuitas. O usuário se cadastra, escolhe o serviço de crédito desejado e confirma a solicitação. A resposta é enviada por e-mail.

As modalidades oferecidas são empréstimo pessoal, financiamento de bens de consumo, crediário, cartões bandeirados de crédito e abertura de conta corrente. Para sair apenas do crediário, incluiu instituições financeiras na plataforma e se transformou em um marketplace. A plataforma fica com uma porcentagem variável por contrato, cobrada da instituição, indo até 17% do valor combinado.

 

Segundo Ramos, a EasyCrédito é interessante a essas instituições porque oferece mais dados colocados pelo usuário, como perfis em redes sociais. Isso facilita a análise real do risco de crédito do candidato e permite, portanto, que mais operações de crédito possam ser aprovadas.

 

Já do lado do consumidor, a pessoa pode consultar suas informações de crédito sem nenhum atrito ou constrangimento que podem existir em um atendimento presencial. Ele também afirma que a burocracia é menor, fazendo com que a concessão ou não de crédito saia mais rápido.

 

O público maior da EasyCrédito pertence às classes C, D e E, com uma renda média de dois mil reais por mês. O ticket médio de empréstimo é de 3 mil reais, por exemplo.

 

Pessoas que já tiveram crédito negativado podem participar da plataforma. “Hoje, no mercado, existe o que chamamos de assimetria de informações: se você foi reprovado em uma loja, pode ser aprovado em outra. É algo que depende do apetite de risco da instituição que concede o crédito, então é possível tentar em novas assim que houver uma reprovação”, afirma Ramos.

 

Mesmo assim, o empreendedor diz orientar que uma pessoa muito endividada, com dezenas de restrições, pondere se adquirir mais crédito será a solução ou apenas uma bola de neve de dívidas. Na plataforma, é possível consultar a situação do CPF e acessar conteúdos gratuitos sobre educação financeira.

 

Infelizmente, as taxas de juros dos serviços financeiros não costumam abaixar em relação aos pedidos comuns: o diferencial do negócio está mais na facilidade de uso. As taxas variam de 0% (financiamento sem juros) até 5% ou 6% ao mês.

 

“Esse público que está entrando no mercado financeiro agora não dá informações suficientes para que as taxas consigam ser menores. Os bons acabam pagando pelos maus. O que nós fazemos é insistir em taxas mais justas, apresentando as informações que coletamos”, afirma.

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