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Imprensa
Financiamento de veículos usados tem alta de 8,3%

Em tempos de crise, onde comprar um automóvel se tornou uma tarefa complicada -- situação comprovada pela queda de 20% nas vendas do setor no País, entre 2015 e 2016 -- o financiamento de veículos usados teve um crescimento de 8,3% no último ano em Sorocaba. Foram 23.646 carros de passeio (os chamados autos leves) usados parcelados no ano passado ante 21.828 em 2015. Já o financiamento de veículos novos, no mesmo período, apresentou queda considerável, de quase um quarto de 2015 para 2016: foram 9.202 zero-quilômetro financiados em 2015 e 6.934 no ano que se encerrou em dezembro passado, números que apontam para uma queda de 24,6%. Os dados são da Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip). 
  
O quadro negativo nas vendas dos zero-quilômetro reforça o momento de instabilidade do setor. Entre 2015 e 2016, a média mensal de vendas de veículos (entre automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos) caiu mais de 15%. Na prática, as concessionárias deixaram de vender mais de 200 veículos por mês, já que em 2015 a média de emplacamentos a cada 30 dias era de 1.343, número que chegou a 1.130 nos últimos 12 meses. Em 2016 foram vendidos em Sorocaba um total de 13.564 veículos. 
  
De acordo com o economista e professor da Universidade de Sorocaba (Uniso), Marcos Canhada, o aumento na procura pelo mercado de usados é um reflexo da instabilidade econômica vivida pelo País, que causa a diminuição de renda ou, na melhor das hipóteses, pelo menos um quadro de temeridade quanto ao futuro. "Automóvel é um bem essencial, porém, num período de redução de renda, as pessoas vão buscar alternativas. O carro novo se mantém em patamares de preço elevado, os seminovos se tornam um caminho", explica. Ainda segundo ele, por conta da escassez de grandes compras gerada pela crise, os bancos e financeiras mantêm condições de financiamento semelhantes para a aquisição de veículos novos ou usados. 
  
Canhada observa que a dificuldade para o setor industrial, em especial o automotivo, é acentuada por uma somatória de fatores. "O consumidor segue com dificuldade de comprar e a indústria não encontra caminhos para se tornar economicamente atrativa", analisa. O economista acredita que a intenção de baixar juros, anunciada pelo governo federal, deverá trazer reflexos positivos para o setor, mas prega cautela quanto ao tema. "É importante, pois os juros mais baixos vão estimular a economia, a demanda e o produtor até para estabelecer oportunidades de emprego. Mas tudo deverá ocorrer de forma gradativa", alerta. 
  
O cenário indicado pelos números do Cetip é confirmado por lojistas do ramo automotivo, que reconhecem o período turbulento nas vendas, especialmente no primeiro semestre de 2016, mas projetam uma melhora para o ano que se iniciou. 
  
Crédito escasso 
  
Para o gerente de vendas da loja Overcar, Alexandre Estevam, que atua tanto no ramo dos zero-quilômetro quanto dos seminovos, as condições para compra dos usados atualmente são melhores e têm chamado um maior número de clientes, especialmente em razão dos preços atrativos. "O crédito está muito escasso. A facilidade para se obter era uma até 2015, mas o ano passado foi muito magro. A tendência é de que agora essa torneira volte a se abrir", acredita. Ele explica que o setor de usados ainda encontra uma boa situação, mas como o consumidor deixou de adquirir o zero-quilômetro, os lojistas enfrentam dificuldades para encontrar seminovos para colocar à venda. 
  
Já o gerente do setor de novos da loja matriz da autorizada da Chevrolet, Automec, Luiz Dias, embora reconheça 2016 como um ano de dificuldades, acredita que o pior já passou. Segundo ele, desde o segundo semestre do ano passado, o segmento tem retomado bons resultados. O mês de janeiro que se encerrou ontem, por exemplo, foi melhor do que qualquer outro em 2016 no quesito vendas. E a projeção dele é de que com a diminuição da taxa de juros (já que os financiamentos representam de 60% a 65% das vendas da concessionária), a sequência do ano seja ainda mais positiva. "Já chegamos ao fundo do poço, mas já voltamos a respirar. Nos últimos quatro meses, as vendas cresceram de 30% a 40% e a expectativa é de um ano muito melhor", revela. 
 

Venda de novos teve leve alta em janeiro


A venda de veículos novos em Sorocaba, no mês de janeiro, teve pequena alta em relação à média mensal de 2016. Foram vendidas 1.275 unidades no primeiro mês de 2017, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). A média mensal do ano passado foi de 1.130.

 

A quantidade de janeiro também superou a de dezembro, quando foram emplacados 1.238 veículos zero quilômetro na cidade. O desempenho do início do ano pode indicar uma alta gradativa para os próximos meses, sinalizando uma aguardada recuperação da economia.

 

Dos 1.275 veículos de janeiro, foram 1.007 autos, 65 comerciais leves, um caminhão e 2012 motocicletas. No mês, não houve registro de venda de ônibus. 

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