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Imprensa
BB prepara unidade Ativos para gerenciar área de cobrança

SÃO PAULO ­ A Ativos, unidade do Banco do Brasil que compra créditos vencidos para recuperação, vai passar a atuar com empréstimos com garantia e está sendo preparada para gerenciar a área de cobrança do banco, disse um executivo à Reuters.


A divisão, criada em 2003, tem operado apenas com carteiras de varejo sem garantia já baixadas como perdas, como financiamento ao consumo e cartão de crédito.


"Queremos dar maior amplitude à Ativos, para que ela passe a atuar também em créditos com garantia", disse à Reuters Walter Malieni Júnior, vice­presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos do BB, responsável pela unidade.


Créditos com garantia normalmente envolvem carteiras de empréstimos automotivo, um dos segmentos que nos últimos anos mais provocaram perdas com calotes aos bancos, inclusive ao Banco Votorantim, do qual o BB é sócio? e imobiliário, um dos poucos segmentos que têm crescido durante a recessão no país.


O chamado mercado de créditos podres tem crescido no país a reboque do cenário mediado por aumento do desemprego e recuperações judiciais e falências de empresas, que tem levado os bancos a fazerem provisões recordes para perdas com calotes.


No caso do BB, essa provisão no segundo trimestre disparou 59,5 por cento sobre um ano antes, a 8,28 bilhões de reais, após o índice de atrasos acima de 90 dias ter passado de 1,89 para 3,27 por cento na comparação anual.


Não há dados oficiais, mas especialistas do setor estimam que as compras de carteiras vencidas devem movimentar mais de 30 bilhões de reais neste ano. Segundo a Ipanema, que também atua no setor, o Brasil tem cerca de 230 bilhões de reais em empréstimos inadimplentes, o que deve garantir a expansão do mercado de recuperação de crédito por vários anos.


A Ativos tem como alguns dos principais competidores nesse mercado Jive, RCB e Recovery, cujo controle foi vendido no final de 2015 pelo BTG Pactual para o Itaú Unibanco.


Dado o crescimento desse mercado, o BB tem gradualmente expandido a atuação da Ativos. Primeiro, a unidade passou a comprar carteiras mais frescas, vencidas a partir de oito meses, ante média anterior de dois anos e meio.


Há cerca de dois anos, passou também a comprar carteiras da Caixa Econômica Federal, adquirindo em 2015 cerca de 2,6 bilhões de reais em créditos vencidos do banco estatal. Compras de carteiras de outras instituições podem acontecer mais adiante, disse Malieni Júnior.


Em outra frente, o BB estuda uma atuação mais ampla da unidade, que lucra cerca de 160 milhões de reais por ano com base em números anualizados do segundo trimestre. A ideia é que a Ativos, que emprega 100 funcionários, gerencie o processo de cobrança das carteiras do BB com atrasos.


"A Ativos pode ser um vetor para ajudar o banco (BB) a ganhar eficiência operacional", disse Malieni Júnior. "Ela (Ativos) poderia trabalhar como uma prestadora de serviços, fazer isso no lugar do banco", disse ele.


Qualquer ampliação da Ativos para atuar no mercado, porém, será feita de forma programada e não há perspectiva de grandes movimentos por enquanto, afirmou Malieni Junior.

 

Ele também descartou planos do BB para uma eventual cisão da Ativos num modelo semelhante ao que fez o banco listar na bolsa sua divisão de seguros e previdência na BB Seguridade. Em junho, o patrimônio da Ativos era de 1,1 bilhão de reais.


"A empresa está bem, não faz sentido termos sócios agora", disse.

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