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Imprensa
Renegociação faz calote no financiamento imobiliário recuar

O aumento do número de clientes em busca de renegociação das prestações atrasadas da casa própria e uma maior disposição dos bancos em ouvir as propostas melhoraram os indicadores de inadimplência do mercado imobiliário no primeiro semestre deste ano.


O calote, medido por dívidas em atraso há mais de 90 dias no financiamento imobiliário, recuou para 1,7% em junho, após se manter em 2,1% de janeiro a maio, de acordo com o Banco Central.


Já o índice de atraso entre 15 e 90 dias retrocedeu do pico de 9,25% em outubro do ano passado para 8,76%.


A melhora é atribuída por especialistas não só a uma maior predisposição dos bancos a renegociar as prestações atrasadas, mas também ao aumento dos imóveis retomados pelas instituições no ano passado devido à falta de
pagamento dos clientes.


O número de residências levadas a leilão pela Caixa principal nome do mercadosubiu 53,8% em 2015 na comparação com o ano anterior. A Caixa detém 66,9% do mercado de crédito imobiliário.


Ao ver que a possibilidade de perder a casa própria é real, mais mutuários correm para quitar suas pendências, mesmo que tenham que recorrer à ajuda da família, afirma Marcelo Prata, presidente do site de comparação Canal do Crédito.

 

RESERVA
Eles foram ajudados por uma maior propensão dos bancos a negociar as dívidas. Entre os cinco maiores bancos de varejo do país, porém, o assunto é tratado com reserva. O único a se estender no tema entre os procurados pela
Folha foi o Santander.


A reportagem apurou que as instituições evitam abordar o assunto para não "estimular" a renegociação da parte de clientes que teriam condições de arcar com as prestações.


Outro entrave é que o financiamento imobiliário é a última dívida que o cliente costuma deixar de pagar. Quando isso ocorre, o banco considera que é pequena a possibilidade de que ele consiga acertar as contas.


AUMENTO

No Santander, as renegociações aumentaram em 50% até junho na comparação com o mesmo período de 2015, afirma Gilberto Abreu, diretorexecutivo de negócios imobiliários.


"A gente tem visto clientes que compraram o imóvel e têm dificuldade de pagar a parcela", diz Abreu. "Micro e pequenos empresários que fecharam as portas de seus comércios, pessoas que perderam o emprego, um dos membros do casal que perde o emprego e compromete a renda familiar."


A Caixa não informou se houve aumentos nos pedidos de renegociação. A Folha apurou, porém, que a renegociação de financiamento imobiliário cresceu 3% nos últimos 12 meses até junho. O Itaú Unibanco, segundo maior em crédito imobiliário do país, não revela se houve aumento da renegociação, apenas que oferece a possibilidade há pelo menos uma década. O Banco do Brasil, o terceiro na lista, não quis se pronunciar sobre o assunto.


O Bradesco informou não ter observado aumento de demanda para renegociação de dívida de crédito imobiliário.


"Casos pontuais são tratados visando encontrar a alternativa mais adequada para que o cliente continue adimplente, salientando que os índices de inadimplência da carteira vêm se mantendo estáveis", afirmou a instituição, em comunicado.

 

ALTERNATIVAS
O cliente que quer renegociar a dívida deve, em primeiro lugar, verificar se tem recursos disponíveis no FGTS. Se tiver, pode usar o dinheiro para abater prestações do financiamento atrasadas.


Se não houver recursos, o mutuário vai depender da boa vontade do banco e das opções oferecidas.


Uma alternativa oferecida por Itaú, Caixa e Santander é a chamada incorporação, em que as prestações atrasadas são recalculadas no saldo devedor.


Neste caso, a taxa de juros e o prazo do contrato não mudam. O problema é que as próximas parcelas ficam mais caras.


Para o mutuário que está com o orçamento apertado, isso poderia atrapalhar o pagamento.


Outra possibilidade é o alongamento do prazo. Neste caso, o tempo que já passou é descontado, e um novo contrato é feito. A consequência é que a parcela cai, mas será preciso aditar o contrato, com custos. Itaú Unibanco e Santander têm a opção.


O Santander oferece ainda a carência, em que o cliente fica seis meses sem pagar o financiamento imobiliário e prioriza a quitação de outras dívidas.


Depois desse período, o banco aplica uma combinação da incorporação com o alongamento do prazo para facilitar o pagamento das prestações.


Em geral, as opções são oferecidas para o cliente que tem até três parcelas em atraso.

 

VEJA FORMAS DE RENEGOCIAR DÍVIDAS DE IMÓVEIS
FGTS

Cliente pode utilizar os recursos do FGTS para abater parcelas do financiamento Alongamento Banco pode estende o prazo que falta para encerrar o contrato? isso ajuda a diluir as prestações, barateando as parcelas

Incorporação.


Parcelas em atraso e seus encargos podem ser incorporados ao restante do financiamento? isso ajuda no momento, mas encarece o restante das prestações.


Carência
Há bancos que oferecem ao cliente deixar de pagar as prestações por alguns meses para diminuir o endividamento? depois, é aplicada uma combinação de alongamento e incorporação para quitar a dívida.

 

VENDA
O cliente que percebe que não conseguirá pagar o financiamento deveria deixar a emoção de lado e tomar a iniciativa de vender o imóvel, afirma Marcelo Prata, do Canal do Crédito.


Desta forma, conseguiria quitar a dívida com o banco e, talvez, sobre um pouco para dar de entrada em um futuro imóvel.


"Se a pessoa está atrasando e passando de 90 dias, tem que assumir logo o problema. Quem perde o imóvel nunca mais financia, porque fica registrado no BC que teve imóvel retomado", afirma.


"Vender o imóvel antes de ser retomado não é vergonha, é estratégia", acrescenta Prata.

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