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Imprensa
'Banco pré-pago' quer cliente que guarda dinheiro debaixo do colchão

No Brasil uma em cada três famílias não tem acesso ao sistema financeiro, segundo o Banco Central (Bacem). A startup paulista Conta Um aposta exclusivamente nesse público para se firmar no mercado.

 

A empresa lançou uma espécie de conta, onde o usuário coloca o dinheiro e consegue acessar serviços como um cartão pré-pago, transferência para contas bancárias e pagamentos com código de barras pela internet.

 

Em tese, nada muito diferente do que já faz outras fintechs (como são chamadas as startups que atuam om serviços relacionados ao mercado financeiro), com um detalhe: o posicionamento claro na baixa renda.

 

"A gente quer o cliente que guarda dinheiro na lata do 'Nescau'", diz um dos fundadores da Conta Um, Pierre Schurmann.

 

Nesse ponto, a empresa se afasta de concorrentes mais experimentadas, como a Controly, onde, além do cartão pré-pago, o usuário estabelece uma meta de consumo e conta com a ajuda de um software para alcançar o objetivo.

 

Ou o Nubank, que dá um cartão de crédito sem taxas vinculado a um aplicativo.

 

Para abrir uma conta, que é pela internet, o usuários precisa fornecer apenas no nome completo, o número do CPF e um telefone. "Cerca de 15% de nossos clientes não tem ou não fazem uso de conta de email. A gente pede o telefone para reportar por lá toda a movimentação da 'conta'", afirma Schurmann.

 

Operando como uma Instituição de Pagamento (IP), que tem uma legislação específica desde outubro de 2013, a empresa diz que não possui um banco custodiante. "Estamos amparados pelo BC justamente por não sermos uma instituição financeira", diz o empresário.

 

Nesse ponto, entretanto, a Conta Um se difere dos concorrentes famosos. A Controly afirma que tem um banco suportando a operação. Nubank, por atuar com crédito, é obrigado a manter uma instituição bancária. Nenhuma delas, contudo, revela qual é o nome do banco custodiante. "A Conta Um não precisa (ter um banco), mas seria bom que eles tivessem. Isso dá confiança para o usuário de que o dinheiro não vai sumir", diz um consultor que pede para não se identificar. "Essa legislação de Instituição de Pagamento não protege o cliente de que, um dia, alguém suma com o dinheiro dele", afirma.

 

Por não ser um banco, o dinheiro 'depositado' pelo usuário não fica guardado debaixo do colchão da startup, como fazem parte de seus clientes. Essa, aliás, é uma das mágicas de captação de receita desse negócio: pegar R$ 100 e devolver R$ 100, mas no meio do caminho deixar a cifra numa aplicação conservadora, como o CDB, que vai pagar um juros de R$ 6 a R$ 7 por ano.

 

No caso da Conta Um, existem ainda outras múltiplas formas de faturar. Eles cobram R$ 5 de taxa de manutenção da conta, outros R$ 4,90 para cada transferência para conta bancária realizada (como se fosse uma taxa de TED).

 

Também recebem uma comissão da operadora de cartão pré-pago, que no caso é Mastercard, por transação envolvendo o meio de pagamento. E, daqui a pouco, eles vão lançar no próprio site um marketplace, oferecendo serviços para o cliente como seguros e planos de saúde.

 

O foco neste momento é atacar as empresas de pequeno porte, oferecendo uma espécie de 'conta salário' para os funcionários. "A gente isenta a taxa de manutenção nesses casos", diz o fundador, que tem outros dois sócios e dois investidores-anjo. 

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