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Imprensa
Senado aprova quatro nomes para a diretoria do Banco Central

O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (5) a indicação de quatro economistas indicados para compor a diretoria do Banco Central sob a presidência Ilan Goldfajn. Com a aprovação, Reinaldo Le Grazie (Política Monetária), Tiago Berriel (Assuntos Internacionais), Carlos Viana de Carvalho (Política Econômica) e Isaac Sidney (Relações Institucionais) poderão assumir os cargos para os quais foram indicados.


Os diretores do BC, juntamente com o presidente da instituição, são responsáveis por definir a taxa básica de juros (atualmente em 14,25% ao ano) e pela determinação de políticas para a taxa de câmbio, entre outros assuntos.


Durante sabatina na CAE, nesta terça-feira, os indicados fizeram discursos muito parecidos e fortemente alinhados com as avaliações já feitas por Goldfajn. Para assumir, o novo presidente do BC teve que passar pelo mesmo processo de sabatina e aprovação de seu nome pelo plenário do Senado.


Os economistas defenderam a estabilidade do poder de compra da moeda, com controle da inflação, a solidez do sistema financeiro, a volta do chamado "tripé" macroeconômico, e o sistema de câmbio flutuante - com intervenções "pontuais" para corrigir distorções - entre outros assuntos.

 

Eles avaliaram ainda que o ajuste das contas públicas, com controle de gastos, é importante para a contenção da inflação. Os economistas defenderam a proposta de emenda constitucional (PEC) enviada pelo governo ao Congresso e que cria um teto para as despesas públicas.


Pelo projeto da nova equipe econômica, chefiada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, os gastos, em um ano, não poderiam subir acima da inflação do ano anterior.


Em 2017, por exemplo, as despesas públicas, inclusive Saúde e Educação, não poderiam avançar acima da variação do IPCA neste ano - a  não ser que gastos em outras áreas sejam cortados, abrindo espaço fiscal.


Tripé macroeconômico e câmbio
Reinaldo Le Grazie, indicado para a diretoria de Política Monetária do Banco Central, disse que, para o Brasil retornar a um ambiente de estabilidade, confiança e crescimento, é preciso o resgate dos princípios do tripé macroeconômico e "sua aplicação da forma plena".


Uma das bases do chamado "tripé macroeconômico" é o câmbio flutuante. Isso significa que o BC reduz as ações para estabilizar a cotação do dólar, que passa a se valorizar ou desvalorizar de acordo com as condições do mercado.


Outra é o sistema de metas de inflação. Por meio desse sistema, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma taxa de inflação que o país deve registrar em um determinado ano e o Banco Central, para cumprir a meta, vai ajustar a taxa de juros da economia. O terceiro pé é a responsabilidade fiscal, ou seja, o esforço do governo para conter gastos e reduzir seu endividamento.


"Um dos pilares desse tripé é termos uma inflação baixa e estável, que evite a corrosão dos salários e amplie horizontes, favorecendo a expansão dos investimentos e da produção, condição indispensável para o crescimento do emprego e da renda, bem como para o fortalecimento das políticas sociais", declarou ele.


Le Grazie afirmou ainda que o regime de câmbio flutuante pressupõe intervenções pontuais que sirvam para corrigir fortes distorções, sem alterar a trajetória da moeda.


"A taxa de câmbio real é determinada pelas forças de oferta e demanda e a competitividade da economia advém de fatores como a produtividade das empresas e dos trabalhadores, os níveis educacionais e tecnológicos e o grau de inovação na economia", concluiu ele.


Transparência e gastos públicos
Já o economista Tiago Berriel, indicado para a diretoria de Assuntos Internacionais do Banco Central, avaliou, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, que o processo de condução da política de definição dos juros fica mais potente com aprofundamento da transparência e da objetividade em sua comunicação com a sociedade.

 

"Quanto à questão fiscal [controle dos gastos públicos], e suas implicações para a política monetária [definição dos juros para conter a inflação], estamos no início de ajustes na economia que, em sendo encaminhados e aprovados, tem todo o potencial de continuar reduzindo as incertezas na economia, com queda do risco Brasil e melhora na confiança", disse Barriel.


"Tais medidas irão contribuir para que a política monetária tenha toda a força e eficiência no cumprimento de seus objetivos", acrescentou.


Ele disse que acompanhará a política monetária acomodatícia na Zona do Euro e no Japão [taxa de juros próxima de zero ou até mesmo negativa nessas regiões] e as consequências do processo de saída do Reino Unido da União Europeia.


Previsilidade na economia
Carlos Viana de Carvalho, indicado para a diretoria de Política Econômica do BC, avaliou que inflação baixa e estável e um sistema financeiro sólido e eficiente contribuem para um maior grau de previsibilidade na economia, com diminuição dos juros e alongamento dos horizontes de planejamento de famílias, empresas e governos.


"Os benefícios da estabilidade macroeconômica e do sistema financeiro estendem-se a todos nós brasileiros e aos cidadãos de qualquer país. No caso de economias com maior desigualdade de renda, como o Brasil, os benefícios desta estabilidade são ainda maiores. Isto porque uma inflação alta e volátil tem efeitos ainda mais deletérios sobre as camadas menos favorecidas da nossa população, que geralmente não têm acesso a instrumentos que as protejam da perda do poder de compra da moeda", declarou ele.


Busca pela meta central de inflação
Já Isaac Sidney, indicado para a diretoria de Relações Institucionais do Banco Central, disse que é importante a autoridade monetária buscar e obter a meta de 4,5% de inflação em 2017 e utilizar as "ferramentas monetárias" para manter a inflação baixa e estável.


Ele disse também que o BC tem de efetuar uma comunicação com a sociedade de modo contínuo, simples, direto e conciso. Além disso, disse que o BC deve manter o regime de câmbio flutuante, usando as ferramentas cambiais com parcimônia para conter as disfunções do mercado.

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