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Imprensa
'Novas contratações de crédito caíram 18,4% no 1º trimestre', diz diretor da Caixa

A Caixa Econômica Federal apresentou o resultado do primeiro trimestre deste ano – uma queda no lucro líquido de 45,9% em comparação com mesmo período de 2015.  A gestão do banco público vem sendo fortemente questionada, inclusive pelo Blog. Para rebater alguns dos pontos abordados por mim e pelo mercado, o diretor executivo de Controladoria da Caixa, Paulo Henrique Costa, conversou com exclusividade com o G1. 
 
Costa revelou a preocupação com a imagem do banco e negou a possiblidade de haver algum passivo desconhecido no balanço da instituição – receio crescente do mercado diante do tamanho do rombo das contas púbicas do governo federal. Durante nossa conversa, o diretor reforçou várias vezes o nível de transparência da contabilidade apresentada, o grau de governança e a forte fiscalização não só do Banco Central como também do Tribunal de Contas da União e da Controladoria Geral da União. Costa defendeu a solidez institucional da Caixa e o alinhamento do banco com as práticas do setor privado.
 
“Esta é a nossa maior preocupação. O banco, como você sabe, depende muito da imagem, da preservação da instituição. Talvez a gente não tenha se comunicado adequadamente, mas os números estão aí abertos, não há oscilações e o comportamento do resultado da Caixa segue a mesma tendência das outras instituições”, afirmou Paulo Henrique Costa.
 
A seguir os principais trechos da entrevista
 
ESQUELETOS
 
 “Não tem passivo oculto nas contas da Caixa. A gente capta no mercado competindo com qualquer outra instituição.  Nossos produtos comerciais têm taxas equivalentes às de outros bancos. Do ponto de vista do registro de passivos contingentes, também fazemos como as outras instituições. A gente até se questiona o que o mercado está vendo que a gente não vê. A carteira de crédito para pessoas físicas tem maturidade média de 12 meses e para pessoas jurídicas, 18 meses. Se a gente tivesse algum problema na carteira, já teria aparecido. Não vemos motivos para esta discussão”, rebateu.
 
RESULTADO DO 1º TRIMESTRE
 
Um ponto bastante rebatido por Paulo Henrique Costa foi sobre a construção do resultado do banco neste primeiro trimestre. Ele explicou que a provisão de R$ 700 milhões anunciada para fazer frente à inadimplência da carteira de crédito foi significativa e que, sem esta atitude, o resultado do banco estatal teria sido o melhor dos últimos trimestres.
 
E para enfatizar a qualidade do resultado, mesmo diante de uma queda expressiva do lucro, Costa citou o crescimento de receitas com operações financeiras (de 9,9%) e na prestação de serviços (8,3%) e, por outro lado, queda nas despesas com pessoal (de 8,1%) e administrativas (2,9%).
 
 
“Nossa carteira de credito está gerando volume de receita adequado e compatível com nosso negócio”, afirmou. 


 NA CONTRAMÃO DO MERCADO
 
Paulo Costa também rebateu uma crítica feita pelo Blog e no meu comentário na Globonews, de que a Caixa estaria na contramão do mercado em função do crescimento da carteira de crédito no período, diferentemente das instituições privadas que têm apresentado redução em novas concessões.
 
“Vou te dar um número que não foi publicado ainda. A nossa contratação de crédito caiu 18,4% neste primeiro trimestre, contra 2015. Isso mostra que nós também estamos trabalhando com pé no freio. Como a nossa carteira é mais longa, em função dos segmentos que nós atendemos, leva mais tempo para refletir esta desaceleração no resultado. A Caixa está desacelerando, convergindo com a velocidade do mercado. Mas ainda assim, estamos fazendo a receita crescer, sinal de que estamos com uma gestão adequada.
 
Esta redução na velocidade das contratações é importante para desmistificar a lógica de que a Caixa estaria na contramão do mercado”, defendeu o diretor do banco estatal.
 
 
  
CRITÉRIOS PARA NOVAS CONCESSÕES
 
 
Outra critica refutada pelo diretor da Caixa foi com relação à qualidade dos critérios de análise de risco de novos clientes. Com o crescimento acelerado nas concessões do banco público nos últimos anos, principalmente em comparação com setor privado, há um forte questionamento sobre o rigor das avaliações, o que colocaria em risco o caixa da instituição numa eventual piora mais acentuada da inadimplência.
 
“Isto é uma coisa importante. A Caixa adota as mesmas políticas de critério de concessão dos outros bancos. Nós trocamos experiência com mercado e somos super fiscalizados pelo TCU, AGU e BC, como eu já disse. Apesar apesar de não estarmos subordinados à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), nós procuramos adotar as práticas recomendadas. Nós contratamos consultorias, auditorias, o BC olha tudo com lupa. A Caixa sempre foi seletiva na concessão de crédito e a inadimplência decorre da conjuntura econômica.
 
A Caixa atua no seguimento de baixa renda e micro e pequenas empresas, que são mais suscetíveis ao cenário econômico. Hoje, nós trabalhamos com uma taxa de inadimplência de 3,5%.  Se mudar o cenário, (que leve a um aumento da inadimplência) isto vai interferir tanto na Caixa quanto nas outras instituições”,  explicou Paulo Henrique Costa. 

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