Área exclusiva de acesso do associado ANEPS. Para acessar a área restrita da CERTIFICAÇÃO, CLIQUE AQUI

Imprensa
Acesso ao banco pelo celular cresce e instituições oferecem mais serviços online

Enfrentar filas de banco não é mais uma realidade para os clientes conectados, que trocam a burocracia pela tecnologia. Em breve, será possível até mesmo abrir e fechar contas pela internet, como o Banco Central autorizou na semana passada. Hoje, os consumidores já conseguem usar o smartphone para pagar contas, depositar cheques, contratar financiamento de veículos e adquirir cartão de crédito.
 
No Bradesco, 93% das transações feitas no mês passado foram por canais digitais, como aplicativo, internet banking e autoatendimento, enquanto agências e correspondentes bancários somaram apenas 7% das movimentações. No Itaú, mais de 11 milhões de clientes usaram meios digitais para realizar serviços no ano passado, enquanto as transações pelos canais digitais do Santander cresceram 11% em 2015.
 
Uma das novidades do setor é a popularidade do Nubank, considerado o “Uber dos cartões de crédito”, por não ser ligado a bancos, nem cobrar tarifa ou anuidade. O cartão é solicitado pela internet e faz sucesso com a geração Y, já que 80% dos clientes têm até 35 anos. Para informar os documentos, basta tirar foto desses e enviar pelo smartphone. Também é preciso fazer uma selfie no cadastro. Como em outros cartões, uma análise é feita para o pedido ser aprovado, e mais de 2 milhões de pessoas já solicitaram o produto, que tem bandeira Mastercard.
O acompanhamento das movimentações é feito pelo aplicativo, e o analista de sistemas Rodrigo Moreira, de 31 anos, elogia essa praticidade:
 
— O cartão me dá independência. Tudo o que eu precisaria entrar em contato por telefone ou presencialmente e perder horas da minha vida em espera, eu consigo resolver pelo aplicativo de celular.
Em um ano, menos 438 agências no país
 
Enquanto o uso dos serviços bancários online cresce, o número de agências no país diminui. Um levantamento feito pelo EXTRA no site do Banco Central (BC) mostra que, em apenas um ano, 438 agências fecharam, considerando-se apenas as redes dos cinco maiores bancos do país: Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (CEF), Bradesco, Itaú e Santander (confira os números o lado).
 
Segundo Roberto Antonio Von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), os bancos alegam que o fechamento de agências é uma questão de gestão das instituições. Mas, para ele, o que está em curso é uma mudança no perfil do atendimento dos bancos:
 
— Eles vêm fazendo uma experiência com o banco digital. O Itaú, principalmente, tem feito propaganda disso. E os outros bancos têm feito laboratório para seguir nessa ideia de a sua conta ser na nuvem e a sua agência, um número de telefone, para onde você liga e fala com o gerente. Então, essa é uma evidente tendência de redução de custos e de pessoal atendendo. Do ano passado para cá, nós já tivemos a redução de quase dez mil postos de trabalho.
 
O Itaú afirmou, em nota, que o perfil dos clientes vem mudando. “Refletindo esta mudança, na medida em que nossos clientes demandam um atendimento mais digital, reduzimos os pontos físicos próximos a outras agências. Por outro lado, abrimos 72 agências digitais no mesmo período”, disse o banco.
 
O BB negou que esteja fechando agências e explicou que a redução nos dados do BC se devem ao um “processo de reclassificação de agências em postos de atendimento”. O banco destacou, ainda, que possui a maior rede de agências do país.
 
O Bradesco não quis comentar o assunto.
 
CONFIRA OS CUIDADOS NECESSÁRIOS
 
Contas pela internet
O Banco Central afirma que, para que as contas bancárias sejam abertas e encerradas, será necessário que os bancos usem procedimentos que garantam a integridade das informações. As contas terão as mesmas regras das tradicionais, como tarifas.
 
Atenção no contrato
A economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim, lembra que qualquer operação financeira feitas pela internet exige cuidados. Por isso, clientes devem evitar redes de internet públicas, não podem usar computadores públicos ou aplicativos de outras pessoas e nem clicar em mensagens suspeitas que sejam recebidas por e-mail. “Ao contratar uma conta ou qualquer serviço pela internet, o cliente tem que analisar com cuidado quais os serviços oferecidos e os preços cobrados. Por um lado, não vai ter um gerente te convencendo a contratar mais serviços adicionais (como seguros). Por outro, as empresas podem criar contas já com muitos serviços opcionais incluídos. A transparência precisa ser ainda maior”.
 
Sem ilusões
A advogada Sonia Amaro, supervisora institucional da Associação de Consumidores Proteste, alerta que os clientes não podem se iludir com uma possível oferta de crédito mais fácil pelas facilidades tecnológicas: “Há um risco muito grande de endividamento”. Ela acrescenta que mesmo sem anuidade, cartões como o Nubank cobram juros rotativos quando o cliente não paga o valor total da fatura no vencimento: “Esse é o perigo. Os cartões de crédito têm os juros mais altos do mercado”.

RECEBA NOSSAS NOVIDADES

Este site usa cookies para fornecer a melhor experiência de navegação para você. Para saber mais, basta visitar nossa Política de Privacidade.
Aceitar cookies Rejeitar cookies