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Imprensa
Aumento de crédito renegociado mascara inadimplência, diz Moody's

O aumento da reestruturação de empréstimos dos bancos no Brasil pode estar subestimando a inadimplência, enquanto a cobertura com provisões (reserva dos bancos para cobrir calotes) pode estar superdimensionada, avalia a Moody's em um relatório divulgado nesta segunda-feira (11).

 

Empréstimos reestruturados são aqueles firmados por tomadores em dificuldades financeiras e que já tinham dívidas em atraso. Segundo a agência, a reestruturação de empréstimos subiu 37% em 2015 em comparação ao ano anterior.


"O aumento foi impulsionado por um crescimento tanto da inadimplência total quanto da pré-inadimplência em diferentes classes de empréstimos, o que levou os principais bancos do país a mudarem, cada vez mais, os termos e condições de seus contratos de empréstimo", diz a Moody's.


A preocupação, no caso dos bancos brasileiros, é que eles têm usado a reestruturação de empréstimos para evitar o reconhecimento da inadimplência, conclui a agência no relatório. "O aumento das reestruturações pode mascarar o crescimento da inadimplência e também aponta para um declínio da cobertura com provisões", afirmou o analista da Moody´s Farooq Khan, no relatório.

 

Segundo Khan, embora o risco de ativos dos bancos brasileiros pareça administrável com base nas taxas de inadimplência publicadas, a perspectiva é mais complicada quando se leva em consideração o elevado montante de empréstimos reestruturados.


Inadimplência maior
Segundo a Moody's, o aumento da reestruturação de empréstimos nos bancos brasileiros levaria a um aumento de 180 pontos-base no índice de inadimplência de mais de 90 dias em dezembro de 2015 e apontaria para um declínio de 60 pontos-base na cobertura com provisões no mesmo período.

 

"Embora cinco dos maiores bancos brasileiros tenham provisionado o equivalente a 51% de seus empréstimos renegociados, o que segundo a Moody's fornece um grau de proteção, os bancos brasileiros não divulgam seus níveis de renegociação de empréstimos de acordo com a definição do Banco Central, e fornecem o volume de empréstimos renegociados, uma medida mais genérica", diz o relatório.

 

Além dessa limitação sobre o volume das carteiras reestruturadas dos bancos, a agência avalia que estatísticas incompletas sobre o desempenho delas também causam preocupação.  Entre os maiores bancos brasileiros, apenas o Banco do Brasil (Ba2) e o Itaú Unibanco (Ba3) divulgam taxas de inadimplências de suas carteiras renegociadas, segundo a Moody's.

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