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Imprensa
Entrevista: CSU aposta em recuperação de crédito para crescer em 2016, diz diretor

Com a convicção de que as condições de mercado não estão incertas, mas que estão certas em serem desafiadoras, a CSU Cardsystem (CARD3) terminou 2015 com um crescimento de quase 70% no lucro líquido na comparação com o ano anterior e enxerga, na crise de 2016, mais uma oportunidade para avançar em novos negócios ao lado dos clientes em busca de redução de custos e eficiência.

“Apesar do cenário econômico desafiador, a diversificação dos negócios e a não dependência de um único setor da economia, possibilitaram sólidas entregas de resultados ao longo do ano, encerrando o período com crescimento dos principais indicadores financeiros”, disse Ricardo Ribeiro Leite, diretor financeiro da empresa, em entrevista para O Financista por telefone.

A CSU trabalha na prestação de serviços de alta tecnologia em soluções para o relacionamento com clientes, processamento de transações, cartões de crédito e programas de fidelidade, além de gestão das áreas de data center, e-commerce, vendas, cobrança, crédito e contact center. Confira, abaixo, a íntegra da entrevista:

O Financista: O resultado de 2015 foi visto como positivo pelo mercado. Como foi navegar em um ano em que as incertezas mudavam a todo instante e, provavelmente, se mostrou pior do que o esperado no momento do planejamento?
Ricardo Leite: O impacto que tivemos no negócio não foi substancialmente diferente de outras companhias e indústrias. Tivemos um ano difícil e, nessa dinâmica, percebemos que as dificuldades seriam maiores do que a visão inicial. Tivemos no final de 2014, por outro lado, a percepção dentro de um exercício de governança e planejamento, de que não seria apenas um ano difícil em especial, mas sim em um período mais amplo de dificuldades. Isso nos favoreceu para se preparar para uma situação que seria difícil e longa.

Assim, buscamos substituição de receitas e gestão de custos que foram extremamente favoráveis para entregar a performance de 2015 e com um crescimento a cada trimestre, o que veio na contramão do mercado. Os nossos clientes também estavam desafiados pelos respectivos ambientes de negócios e, em diversos casos, conseguimos êxito em encontrar outras soluções que viabilizassem receitas substituindo a redução normal dos outros negócios conosco. E, também, a percepção de indicação de novos segmentos de negócios, por exemplo, de meios de pagamento com cartões de crédito consignado e em contact center, na recuperação de crédito.

Ao longo do ano, os desafios foram se ampliando e tivemos que combinar, ainda mais, a gestão de custos com a produtividade elevada em todas as áreas de negócio. Desta forma, conseguimos aumentar a nossa alavancagem operacional e a evolução do lucro bruto foi superior à receita, o Ebitda superior ao lucro bruto e o lucro líquido maior que o Ebitda. Foi uma alavancagem operacional perfeita.

Como continuidade ao reposicionamento e turnaround financeiro iniciado em 2014, a companhia vem direcionando seus esforços para entregas consistentes de resultado. Apesar do cenário econômico desafiador, a diversificação dos negócios e a não dependência de um único setor da economia, possibilitaram sólidas entregas de resultados ao longo do ano, encerrando o período com crescimento dos principais indicadores financeiros. Importante verificar a diferenciação do modelo de negócios desenvolvido pela CSU, uma empresa formada por 5 frentes de atuação distintas, sinérgicas e complementares, devendo ser analisada como um todo: como uma empresa provedora de soluções tecnológicas.

O Financista: Qual é um exemplo que pode ilustrar o que foi vivido neste ano?
Ricardo Leite: Uma área bastante relevante foi a de cartões de créditos consignados, tanto no BMG como no Banrisul. Alguns outros esforços também significaram receitas para nós, enquanto ao mesmo tempo foram redução de custos para os clientes, como as ações em serviços digitais (faturas). Outras iniciativas foram na gestão de riscos, com alertas de transações e faturas que, da mesma forma, nos geram receitas e para os clientes redução de custos.

Na área de contact center, tivemos pelo menos com três clientes a ampliação em recuperação de crédito, que é uma área onde estamos fazendo uma oferta de serviços bastante bem posicionada ao utilizar canais digitais em combinação com recursos tradicionais humanos. Assim é possível elevar a efetividade da recuperação. Como esse mercado também está aumentando, com a condição de inadimplência mais presente pela deterioração econômica, então isso significou maiores negócios. É onde acreditamos que, em 2016, haverá uma evolução ainda mais positiva.

O Financista: 2016 é um ano de inflação alta e indefinição macroeconômica. Como tem sido a gestão de caixa da empresa?
Ricardo Leite: Temos uma posição de caixa disponível em um volume bastante reduzido para não correr riscos de corrosão inflacionárias. Dentro de uma política de investimentos com cautela no curto prazo, mesmo com a indexação de CDI a 100%, não temos muita preocupação. Mas o maior desafio é o cuidado com o endividamento, que é baixo. Estrategicamente, entretanto, queremos manter assim para poder aproveitar alguma oportunidade nas frentes que atuamos.

Viemos em 2015, desta forma, com critérios ainda mais justos na avaliação de contratos e de risco e retorno. Isso significou até abrir mão de algumas oportunidades de aumento de receitas, mas que poderiam significar redução de caixa ou aumento de risco inadequado para o momento que estamos vivendo. Fizemos uma aprovação de orçamento em abril de 2015 de R$ 48 milhões, que acabamos até não utilizando tudo e, ao final, o investimento ficou em R$ 37 milhões. Tivemos cautela, apesar de ter esse valor previsto.

Para 2016, pela ampliação do escopo de negócios e uma melhor diluição do composto de atuação da companhia e amplitude em outsourcing e TI (CSU ITS) ou na parte de fidelidade Loyalty (CSU Marketsystem), a previsão é superior a R$ 40 milhões. Teremos, contudo, mais cuidado ainda por conta do cenário desafiador e dificuldades maiores em termos de crédito no mercado e custos financeiro mais elevado do que nos anos anteriores.

O Financista: Qual deve ser a principal área de atuação para 2016?
Ricardo Leite: A área de meios de pagamento promete uma situação favorável. Os projetos do nosso portfólio são saudáveis e o volume de cartões com os clientes em 2015 cresceu. Acreditamos que teremos um crescimento físico em 2016. São projetos vitoriosos dos clientes nas bases de consumidores. E, nós, temos buscado soluções de serviços adicionais de produtos.

Na área de contact center, as oportunidades estão alinhadas ao ambiente difícil de mercado e centradas na recuperação de crédito. E, dentro disso, temos buscado uma nova oferta de serviços na área de interação com os consumidores, que é o C360. São serviços digitais, como vendas, ativação da base de clientes, entre outros. A ideia é substituir a interação humana, mais custosa e eficiente, por uma combinação de contatos digitais para atingir um objetivo superior. Dentro do ambiente de 2016, que as empresas precisam de mais eficiência com a base de consumidores, esse produto pode ter uma boa aderência.

E, além disso, temos a frente de marketing, relacionamento e loyalty, que é a Marketplace, por meio da plataforma Opte+. Ela foi lançada em 2014, teve uma evolução forte em 2015, e hoje está bastante desenvolvida e integrada com o e-commerce. Ao longo de 2016 iremos investir e focar nessa frente.

As condições de mercado não estão incertas. Elas estão certas em serem desafiadoras. Assim buscamos uma continuidade no plano de receitas, sem perder a ideia de controle de custos.

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