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Imprensa
Por crédito no BNDES, Coutinho pedia 'apoio' a campanha, relata Delcídio

Em delação premiada, o senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) afirmou ter ouvido relatos de empresários que o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, pedia "apoio" e "ajuda" a campanha eleitoral em troca da aprovação de financiamentos pelo banco. Delcídio afirmou que isso ocorria de forma "sutil" e "elegante".
 

Nesta terça-feira (15), a delação de Delcídio foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgada. O documento tem 21 termos que citam políticos e crimes praticados no âmbito do Palácio do Planalto, Senado, Câmara, Ministério de Minas e Energia e Petrobras.

"Nesse período de campanha, como muitas empresas buscam financiamento no BNDES, várias delas fizeram reuniões com o presidente Luciano Coutinho e ele próprio, nessas reuniões em que buscavam financiamento, de uma maneira muito sutil, muito elegante, sugeriu o seguinte: 'estamos aí tramitando sua operação, é uma questão de se aguardar um pouco, mas as coisas vão caminhar bem'. E aí vem, evidentemente, a outra conversa: 'nos ajude, nos apoie na campanha. Ou seja, é uma espécie de troca'", relatou Delcídio.

O senador avaliou que se trata de "uma forma sutil de tentar influenciar, convencer". Questionado sobre se a prática coincidia com a percepcção dele sobre o modo de funcionar do governo, ele disse que, no caso específico do BNDES, sim.

Delcídio afirmou que ouviu relatos sobre essa situação de dirigentes de empresas que procuraram o banco de fomento para receber financiamentos. Ele ponderou, no entanto, que não sabe qual foi o resultado das conversas. "Não posso dizer que aconteceu algo em função disso. Estou dizendo o que me relataram. Isso tem que ficar bem claro, são conversas que ouvi", disse.

Em nota enviada ao G1, o BNDES informou que "qualquer processo de concessão de crédito por parte do Banco é baseado exclusivamente nas boas práticas bancárias, com critérios impessoais e técnicos". "Todas as ações, tanto do Banco quanto de seu presidente, sempre foram pautadas pela lisura e pelo estrito cumprimento pleno das disposições legais e regras da própria instituição", diz a nota.

Ao mencionar os empresários que teriam relatado conversas com Coutinho, o senador citou João Santana, presidente da Constran, ligada à UTC; José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix; e Atilano Oms, presidente do Conselho de Fundadores da Iesa, uma empresa do grupo Inepar.

Procurado pela reportagem, Atilano Oms informou, por meio de sua secretária, que "nunca houve qualquer solicitação de colaboração a campanhas políticas vindas do presidente Coutinho".

A defesa de Sobrinho, da Engevix, disse, por meio da assessoria de imprensa, que “todas as informações atinentes ao caso já foram prestadas às autoridades encarregadas das investigações e são resguardadas por sigilo”.

A assessoria de imprensa da Constran informou que "a empresa não se pronuncia sobre investigações em andamento".

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