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Imprensa
Santander compra Banif de Portugal por 150 milhões de euros


O Banco Santander formalizou a compra da divisão de crédito do português Banif Banco Internacional do Funchal, por € 150 milhões. Essa é a primeira aquisição do Santander sob a gestão de Ana Botín desde que assumiu o cargo, no ano passado.


Os clientes e agências do Banif serão transferidos para o Santander como parte de uma resolução (reestruturação combinada com uma recapitalização) do banco, com sede em Funchal, na ilha da Madeira, disse o Banco de Portugal (o BC do país) em comunicado divulgado na noite de domingo.


Portugal fez uma reserva de € 2,26 bilhões para "contingências futuras", dos quais o Fundo de Resolução forneceu € 489 milhões e €1,77 bilhão veio diretamente do governo.


Ana Botín, de 55 anos, prometeu se concentrar na atividade principal do banco de conceder crédito em 10 mercados considerados chave, entre os quais Portugal. O Santander examinou a possibilidade de adquirir o Novo Banco, a instituição derivada do desmembramento do Banco Espírito Santo, sem, no entanto, fazer uma oferta. Embora a venda tenha sido suspensa, o Santander vai analisa-la novamente se o processo for reiniciado, disse seu principal executivo, José Antonio Alvarez.


"Sei que a resolução de um banco é dolorosa e onerosa para os contribuintes", disse o premiê de Portugal, Antonio Costa, no domingo, em discurso transmitido pelo canal de TV SIC Notícias. "Uma vantagem dessa alternativa é que ela é uma solução clara para o problema."


As ações do Santander já perderam cerca de 36% de seu valor neste ano. Os papéis do Banif recuaram 65%, atribuindo à instituição um valor de mercado de cerca de € 231 milhões.


"Ativos problemáticos" não serão transferidos para o Santander e irão para um veículo de gestão de ativos, disse o Banco de Portugal. Um conjunto de ativos "muito restrito" permanecerá no Banif para ser liquidado no futuro, ao lado dos títulos subordinados.


A aquisição vai aumentar a participação do Santander no mercado português em 2,5 pontos percentuais, para 14,5%, em crédito e depósitos, informou o banco. O negócio terá um "impacto imaterial" sobre o capital e prevê-se que reforçará os lucros em 2016.


Em 2013 Portugal injetou € 1,1 bilhão no Banif, após a instituição ter sido incapaz de levantar capital suficiente para cumprir o requerimento mínimo de capitalização exigido pelo regulador. Desde então o banco elevou suas reservas, ajudando o governo a reduzir sua participação para 60,5% do capital. A Comissão Europeia aprovou a ajuda governamental para cobrir um potencial déficit de financiamento, na resolução do Banif.


O governo português desembolsou € 700 milhões na subscrição de ações especiais e € 400 milhões em bônus contingenciais conversíveis em 2013. O Banif tinha recomprado parte dos bônus, o que reduziu o volume desses instrumentos a € 125 milhões. Tinha prometido quitar todos esses bônus até o fim de 2014, e o restante da ajuda governamental até o fim de 2017.


O Banif enfrentava uma investigação da Comissão Europeia sobre a ajuda recebida. A comissão tinha dito que o plano de reestruturação do Banif poderia não ser suficiente para permitir que o banco quitasse sua dívida para com o governo. O Banco de Portugal disse no domingo que uma "provável" decisão da comissão declarando ilegal a ajuda governamental criaria escassez de capital no banco.


O Banif tinha € 6,3 bilhões em depósitos em junho, segundo o banco central.


É o líder do mercado nas regiões insulares portuguesas de Madeira e Açores.


A venda do Banif segue-se à resolução do ano passado do Banco Espírito Santo, no passado o maior banco de Portugal em valor de mercado. A maior parte dos ativos do Espírito Santo migraram para um banco recém criado chamado Novo Banco.



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