Área exclusiva de acesso do associado ANEPS. Para acessar a área restrita da CERTIFICAÇÃO, CLIQUE AQUI

Imprensa
Moody's vê calote crescente na Caixa


A inadimplência dos empréstimos da Caixa Econômica Federal vai crescer nos próximos meses, ao mesmo tempo em que os custos de captação cada vez maiores devem levar o banco público a ter seus índices de rentabilidade "pesadamente restringidos", segundo avaliação da Moody's, em relatório divulgado ontem.


Na visão da agência de classificação de risco, mesmo depois de a inadimplência da Caixa ter batido 3,3% no terceiro trimestre a maior em cinco anos , o percentual em atraso vai crescer ainda mais, puxado por modalidades com garantias mais fracas. Nas contas da Moody's, cerca de 30% do portfólio de crédito do banco público está concentrado em operações de maior risco, como financiamento ao consumo sem garantia e empréstimos a pequenos e médios estabelecimentos. O restante da carteira é composto, basicamente, pelo crédito habitacional e consignado, mais resistentes à piora econômica.


A Moody's também estima que a venda de R$ 1,5 bilhão em operações de crédito inadimplentes ainda não baixadas para prejuízo neste ano melhorou em 22 pontos-base o índice de inadimplência do banco público. "O continuado enfraquecimento do ambiente operacional no Brasil está tendo um efeito ampliado na base de tomadores de baixa renda do banco, que são particularmente vulneráveis ao avanço do desemprego, à alta inflação do país e ao aumento das taxas de juros de novos créditos", escreve.


Na semana passada, a agência colocou a nota da dívida da Caixa("Baa3") em revisão para possível rebaixamento, mesmo movimento feito com a nota soberana brasileira. Também rebaixou seu perfil de crédito individual (BCA, na sigla em inglês), que não considera apoio do controlador de "ba2" para "ba3".


A piora na inadimplência do banco, acompanhada por maiores despesas com constituição de provisões, está entre os fatores que tem levado a Caixa a mostrar "fraca rentabilidade". A projeção da agência é que as despesas de provisionamento do banco saltem para R$ 21 bilhões em 2015, em comparação aos R$ 13 bilhões de 2014. "Até setembro de 2015, as provisões para empréstimos inadimplentes estavam consumindo 95,8% do lucro pré-provisão do banco, um aumento relevante ante os 68,7% do ano de 2014 cheio", calcula a Moody's.


"O menor crescimento dos empréstimos da Caixa, o que por si só vai pressionar os resultados, vem em um momento em que os custos de crédito do banco aumentaram dramaticamente e seu custo de funding também está crescendo. Combinadas, essas tendências negativas vão continuar a comprimir as métricas de rentabilidade", escreve.


A Moody's chamou atenção para a queda na capitalização do banco. Nos nove meses encerrados em setembro, o capital de nível 1, aquele de melhor qualidade, caiu pouco mais de 190 pontos-base, para 10,1%. A agência, porém, espera que os indicadores de capital fiquem acima do mínimo regulatório, uma vez que a instituição financeira vem tentando reduzir o volume de dividendos que paga ao Tesouro Nacional para 50%, ante a média de 88,6% desde 2010. Procurada, a Caixa não retornou pedido de comentário.



RECEBA NOSSAS NOVIDADES

Este site usa cookies para fornecer a melhor experiência de navegação para você. Para saber mais, basta visitar nossa Política de Privacidade.
Aceitar cookies Rejeitar cookies