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Imprensa
Atraso no ajuste afeta inflação e adia retomada do crescimento, diz Tombini

Atrasos contribuíram para adiar 'convergência da inflação para 4,5%', diz.
BC diz buscar para 2016 IPCA o mais próximo possível do centro da meta.

O atraso no ajuste e reequilíbrio das contas públicas contribuiu para postergar a convergência da inflação rumo ao centro da meta e adiar a retomada do crescimento econômico, disse nesta quinta-feira (10) o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

"Os atrasos no ajuste fiscal contribuíram para postergar o horizonte de convergência da inflação para 4,5%, o que acabará adiando também a retomada do crescimento econômico", afirmou Tombini, durante encontro com dirigentes de bancos, em São Paulo, promovido pela Febraban.

Recentemente, o BC mudou o foco da política monetária, passando a perseguir a meta central de inflação de 4,5% somente em 2017 (e não mais no fim de 2016).

"Independentemente do contorno das demais políticas, o Banco Central adotará as medidas necessárias de forma a assegurar o cumprimento dos objetivos do regime de metas para a inflação, de modo a trazer a inflação o mais próximo possível do centro da meta em  2016... e fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017", afirmou Tombini, em discurso.

Segundo a agência de notícias Reuters, a fala de Tombini reforçou o entendimento dos agentes econômicos de que o BC poderá voltar a elevar a taxa básica de juros (Selic), hoje a 14,25%, já em janeiro, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne novamente. Pela ata do Copom, divulgada na semana passada, o tom já havia sido elevado e, nesta sessão, os juros futuros passaram a subir com mais força após a fala de Tombini.

Pelo sistema de metas de inflação vigente na economia brasileira, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência, pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Já para 2017, a meta central de inflação é de 4,5%, mas com margem de 1,5 ponto percentual. Na prática, isso significa que o piso será de 3% e que o teto será mais baixo: de 6% em 2017 sem que a meta seja formalmente descumprida.

Tombini nega interferência do fiscal nas decisões do BC
O presidente do BC defendeu que o país não está sob dominância fiscal e, portanto, a política monetária (de definição da taxa de juros) continua sendo eficaz para controlar a inflação. Tombini negou que as questões fiscais estejam afetando as decisões sobre a política de juros do BC.

"O Banco Central não limitará as suas ações pelos possíveis impactos fiscais de suas decisões", disse.

"É  importante ter claro que o Brasil não está numa situação de dominância fiscal. De um lado, os desequilíbrios fiscais estão sendo corrigidos por  um  importante processo de  consolidação fiscal. De outro lado, os mecanismos de transmissão da política monetária    estão em pleno funcionamento, e o Banco Central continuará a guiar suas decisões de política monetária de acordo com os objetivos do sistema de metas para a inflação", concluiu.



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