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Imprensa
Dilma afasta risco de saída de Levy e dólar cai


O impacto modesto dos atentados terroristas na França para os mercados e declarações da presidente Dilma Rousseff confirmando a permanência do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no cargo contribuíram para amenizar a aversão a risco no mercado doméstico ontem. Dólar e juros futuros recuaram.


O dólar caiu 0,35%, encerrando a R$ 3,8185. As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) acompanharam o câmbio e recuaram na BM&F. O DI para janeiro de 2016 cedeu de 14,22% para 14,21%, enquanto o DI para janeiro de 2021 passou de 15,61% para 15,57%.


Após especulações sobre a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a presidente Dilma Rousseff, que está na reunião do G20 na Turquia, reafirmou ontem que o ministro fica no cargo e classificou os rumores sobre a permanência dele no governo como "nocivos". Tal declaração contribuiu para reduzir os temores de uma saída antecipada do ministro e abriu espaço para a venda de dólares numa sessão de baixa liquidez.


O mercado ainda espera que o ministro deixe a Fazenda no fim do ano e há certa tensão sobre quem seria o seu substituto.


Diante do quadro geral de incertezas no cenário doméstico e externo, os investidores evitam ampliar as posições na moeda americana. Isso tem contribuído para a queda do volume de negócios nos pregões.


Ontem, a reação dos mercados aos atentados terroristas na França foi bastante modesta. A percepção é de que ainda é cedo para avaliar o impacto desse evento para a economia da Europa, o que poderia afetar os países emergentes. Além disso, o mercado espera mais estímulos monetários por parte do Banco Central Europeu (BCE), que poderiam limitar esses efeitos.


O estrategista de renda fixa da Coinvalores, Paulo Nepomuceno, não acredita, no entanto, que o impacto dos atentados terroristas na França possa mudar a estratégia de normalização da política monetária nos Estados Unidos. "O Fed [Federal Reserve, banco central americano] está mais preocupado com o comportamento da inflação nos EUA e com a desaceleração da China do que com a recuperação da Europa."


Para Nepomuceno, o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos deve aumentar a pressão de alta nos DIs, especialmente aqueles com vencimentos mais longos. "Houve uma estabilização das saídas de investidores que permitiu a queda das taxas na parte mais longa da curva de juros, mas isso não reflete o cenário de incerteza em relação à política fiscal e essas taxas devem voltar a subir."


Ontem os investidores também ajustaram as apostas nos contratos de DI com prazos mais curtos, que ainda embutem muito prêmio. "A força motriz da economia é a confiança, e caso entremos em um período de mais tensão geopolítica haverá menos espaço para recuperação de confiança", diz o diretor de gestão de recursos da Ativa Wealth Management, Arnaldo Curvello.


Ontem, a pesquisa Focus do Banco Central trouxe nova piora nas expectativas para o PIB, com a mediana das projeções dos analistas apontando um recuo de 2% em 2016, ante 1,90% da estimativa anterior. Para este ano, a projeção é de uma retração de 3,10% do PIB.


Os analistas continuam prevendo cortes da Selic no ano que vem, com a mediana da pesquisa Focus apontando p ara uma taxa básica de juros em 13,25% no fim de 2016, ante 14,25% do patamar atual. "Aumentar a taxa de juros agora seria ruim, dado que o problema é fiscal, e requer uma política mais austera ou um choque de gestão. Acho mais provável o BC deixar a taxa de juros estável", diz Nepomuceno.



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