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Imprensa
Incertezas fiscais tornam queda da inflação mais demorada, diz Copom

 

O Banco Central avaliou nesta quinta-­feira (29) que que há "incertezas associadas ao balanço de riscos, principalmente, quanto à vê processo de recuperação dos resultados fiscais [melhora das contas públicas] e à sua composição" e acrescentou que o processo de "realinhamento de preços relativos [repasse da alta do dólar aos preços] mostra-­se mais demorado e mais intenso que o previsto".

"O Comitê nota que indefinições e alterações significativas na trajetória de geração de superavit primários, bem como na sua composição, impactam as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções de inflação e contribuem para criar uma percepção negativa sobre o ambiente macroeconômico. Sobre o combate à inflação, o Comitê destaca que a literatura e as melhores práticas internacionais recomendam um desenho de política fiscal consistente e sustentável, de modo a permitir que as ações de política monetária sejam plenamente transmitidas aos preços", acrescentou a instituição.


Os recados foram transmitidos pela autoridade monetária por meio da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), ocorrido na semana passada, quando a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, foi mantida novamente inalterada em 14,25% ao ano.


No comunicado divulgado após o encontro, na semana passada, o BC já havia admitido que não atingiria mais a meta central de inflação de 4,5% ao final do ano de 2016, e informou que isso ocorreria somente dentro do "horizonte relevante" da política monetária, ou seja, em até 24 meses ­ até outubro de 2017.


A inflação na meta central de 4,5% em 2016 era a principal promessa do comandante do BC, Alexandre Tombini, mas foi abandonada. Pelo sistema de metas de inflação vigente na economia brasileira, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré­determinados. Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência, pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida..


Revisão da meta fiscal
A reunião do Copom, na qual a análise de que havia "incertezas" no campo das contas públicas, aconteceu na semana passada, antes de o governo confirmar a revisão da meta das contas públicas de um superávit, em 2015, para um déficit de R$ 51,8 bilhões para as contas do governo o maior da história. Essa revisão, a segunda da meta fiscal de 2015, foi anunciada somente nesta semana pela equipe econômica.


Um déficit maior implica em mais recursos na economia, o que dificulta o controle da inflação. O próprio BC avaliou, no passado, que quanto maior for o esforço fiscal (economia para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda, também conhecido como
"superávit primário" no Brasil), melhor é para o controle da inflação – principal objetivo da autoridade monetária. Política de juros 'vigilante' "Nesse contexto, o Comitê entende que, independentemente do contorno das demais políticas, a política monetária [definição dos juros para conter pressões inflacionárias] deve se manter vigilante, de forma a assegurar o cumprimento dos objetivos do regime de metas e a convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante [até outubro de 2017]", informou a autoridade monetária no documento divulgado nesta quinta-­feira.


Inflação em patamares elevados
Segundo o Banco Central, o fato de a inflação se encontrar em patamares elevados reflete, em grande parte, os efeitos de dois importantes processos de ajustes de preços relativos na economia – realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais e realinhamento dos preços administrados em relação aos livres. Até setembro, a inflação, medida pelo IPCA, somou 7,64%, o mais elevado para o período desde 2003, quando atingiu 8,05%. Em 12 meses, avanço é de 9,49%. Para todo este ano, a previsão do mercado financeiro é de que o IPCA some 9,85% ­ o maior patamar em 13 anos.


"O Comitê considera ainda que, ao longo de 2015, entre outros fatores, esses ajustes de preços relativos na economia tornaram o balanço de riscos para a inflação desfavorável. Nesse contexto, esses ajustes de preços fazem com que a inflação se eleve no curto prazo e tenda a permanecer elevada em 2015, necessitando determinação e perseverança para impedir sua transmissão para prazos mais longos. Ao tempo em que reconhece que esses ajustes de preços relativos têm impactos diretos sobre a inflação, o Comitê reafirma sua visão de que a política monetária pode, deve e está contendo os efeitos de segunda ordem deles decorrentes", acrescentou o Copom, na ata de sua última reunião.


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