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Imprensa
Juros recuam com investidor à espera de Fed e ata do Copom


Os juros futuros recuaram ontem na BM&F, refletindo a queda do dólar e o anúncio da revisão da meta de superávit primário para este ano, que veio em linha com o esperado pelo mercado, e prevê déficit de R$ 51,8 bilhões. A cautela permanece no mercado, com os investidores aguardando a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) sobre a política monetária hoje, que poderá trazer novos sinais sobre a normalização da taxa de juros nos EUA.


O dólar caiu 0,60% e fechou a R$ 3,8963. Já a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2016 recuou de 14,26% para 14,25% na BM&F, enquanto o DI para janeiro de 2017 caiu de 15,32% para 15,22%.


No mercado de juros, os investidores esperam a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) amanhã, que poderá trazer mais detalhes sobre a mudança de estratégia do BC em buscar a convergência da inflação para o centro da meta mais à frente. O BC sinalizou, no comunicado após a reunião, a mudança de discurso, indicando que buscará a convergência da inflação para o centro da meta em um horizonte relevante de política monetária e não mais no fim de 2016, além de apontar para a manutenção da Selic por período prolongado.


Para Flavio Serrano, economista-sênior do Haitong, o ponto mais importante a ser observado na ata é se o BC sinalizará quando a inflação deve convergir para 4,5%, se será em meados de 2017 ou no fim daquele ano. No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), a inflação convergia para 4,5% no terceiro trimestre de 2017.


Para o gestor de multimercados da JPP Capital, Joaquim Kokudai, o BC tem de deixar claro que persegue o centro da meta para 2017, detalhando a inclusão do termo "vigilante" no comunicado


O gestor considera pouco provável que o BC explicite uma taxa de inflação a ser buscada em 2016, embora concorde que dizer ao mercado que não abandonou completamente o trabalho contra a inflação em 2016 poderia ajudar a evitar piora nas expectativas inflacionárias. "A tarefa do BC é evitar uma desancoragem ainda maior das expectativas para 2016, e isso exige discurso firme."


Para a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, é importante que o BC deixe claro na ata que persegue alguma taxa de inflação. Do contrário, arrisca desancorar ainda mais as expectativas, algo também influenciado pela desconfiança do lado fiscal e pela ideia de que o BC vai manter os juros estáveis. "Se não colocar meta nenhuma, nenhum agente vai saber quando o BC considerará necessário subir juros."


Solange diz que a inclusão do termo "vigilante" no comunicado do Copom foi uma tentativa do BC de enviar uma mensagem de que, se necessário, o juro pode ser elevado. Ela pondera, contudo, que esse recado precisa ficar mais claro.


Para Serrano, a introdução da palavra "vigilante" no comunicado, que há muito tempo não era usada no documento, indica muito mais que não haverá um corte de juros no curto prazo do que a intenção de subir a taxa Selic. "O BC deve manter a palavra 'vigilante', que já constava nas outras atas, mas a percepção é de que ele está propenso a manter a taxa de juros estável", diz.


O economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, afirma, no entanto, que diante do momento de incerteza fiscal, o BC pode deixar para dar uma sinalização mais clara sobre a política monetária no próximo RTI, em dezembro.



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