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Imprensa
Juro baixo do BNDES força o BC a manter taxa básica tão alta

A taxa Selic, uma das taxas básicas de juros no Brasil, é muito maior que a vigente na grande maioria dos países. Isso afeta negativamente a economia brasileira.

Esquece-se, porém, que temos uma outra taxa básica muito baixa: a TJLP, que baliza os empréstimos às empresas agraciadas com o crédito subsidiado do BNDES.

Se o governo não emprestasse, por meio do BNDES, a taxas muito inferiores à que ele próprio paga em sua dívida, teríamos uma taxa Selic menor sem que isso prejudicasse o controle da inflação.

Vou explicar.

Quando a taxa Selic sobe, investir em títulos públicos se torna mais atraente, e quem toma empréstimos precisa pagar juros mais altos. Assim, a decisão sobre a taxa básica afeta o custo do crédito em toda a economia.

O BC mexe no custo do crédito para influenciar as decisões de consumo e investimento. Se o crédito fica mais caro, há menos incentivos para investir e comprar a prazo.

Se as pessoas e empresas querem comprar menos, os fornecedores precisam baixar os preços. Além disso, vão acabar vendendo menos, o que leva a menor produção.

Ou seja, juros mais elevados ajudam a segurar a inflação, mas prejudicam o desempenho da economia. Então, a pergunta importante é: por que os juros têm que ser tão altos no Brasil para que a inflação não aumente?

O BNDES é parte da resposta. Nos últimos dez anos, financiou com juros baixos diversos investimentos; há poucos anos, financiava caminhões a taxa de 3% ao ano (muito menos que a inflação).

A expansão de crédito pelo BNDES tem efeitos sobre o investimento e sobre a inflação, como qualquer outro aumento de crédito. Se o BNDES expande o crédito, o BC precisa induzir uma contração no crédito (subir os juros) para que a inflação fique no patamar desejado.

Neste ano o BNDES está emprestando menos, é verdade, mas continua emprestando muito, e o estoque de crédito supera 20% do estoque de crédito no Brasil. O BNDES custa muito aos cofres públicos porque empresta a taxas de juros abaixo da Selic.

Mas o problema não para por aí. O BNDES também causa um aumento na taxa de juros paga na dívida pública –e na paga por todos os que não têm crédito subsidiado.

 


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