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Imprensa
Veja o que economistas pensam a respeito da decisão sobre a Selic

Os olhos do mercado financeiro se voltam hoje para o Banco Central —seu comitê de política monetária divulgará como fica a taxa de juros básica do país, a Selic.

Principal instrumento para levar a inflação à meta (de 4,5%, mais ou menos dois pontos percentuais, neste ano e no próximo), os juros altos também inibem consumo e investimento e, portanto, a saída da recessão.

Para a maioria dos analistas BC manterá nesta quarta-feira (20) a Selic em 14,25%. A decisão é acertada? Por quê? Veja o que respondem seis economistas de diferentes linhas.

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Sim, deve deixar como está. Faltou humildade e senso de realidade ao BC insistir em levar a inflação de 4,5% em 2016 nesse período de ajuste fiscal. Havia só promessas fiscais, que depois não foram realizadas. O custo disso foi alto para a sociedade: aumentou os juros no mercado futuro desnecessariamente
Carlos Thadeu de Freitas , ex-diretor do BC

Deveria reduzir os juros, mas não dá para fazer agora. O BC caiu numa armadilha: como conserto a lataria do carro quando há três mortos dentro? Não pode corrigir diante de expectativas muito negativas. Vai ter de esticar para 2017 a meta de inflação em 4,5%. Terá mais flexibilidade para não subir mais os juros
Luiz Gonzaga Belluzzo, economista da Unicamp

Taxa básica de juros (Selic)

Deveria subir os juros. Em setembro, o BC previa inflação de 5,3% em 2016, e o mercado, 5,7%. Já estavam atrasados. Desculpa, mas vai ter que colocar no modelo 6,12%. As expectativas sobem porque o mercado não acredita no BC
Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC

Deveria reduzir os juros. O BC errou feio no diagnóstico de tratar a inflação de custos [alta de energia] com alta de juros, no meio de uma recessão e com medo de irradiasse para os demais preços. Isso aumentou a recessão e comprometeu o ajuste fiscal
Antonio Correa de Lacerda, economista da PUC-SP

Inflação - Variação do IPCA, em %

Deve deixar como está porque a economia está muito fraca. Deveria sim ter elevado os juros em setembro e deixado em aberto a possibilidade de continuar subindo. Isso teria mantido mais baixa as expectativas de inflação. Mudar agora só vai criar mais ruído
André Perfeito, economista-chefe da Gradual

Deve manter os juros, mas explicar que a meta de levar a inflação a 4,5% agora é mais gradual. Ninguém vê mais como a inflação poderá convergir para 4,5% em 2016. Se o ambiente mudou, o BC também terá de mudar a estratégia
Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos

Recessão.Inflação em alta
Baixar jurosRemédioSubir juros
Irriga a economia com dinheiro; viabiliza consumo e investimento produtivoEfeitos desejadosReduz a circulação de dinheiro na economia: diminui alta nos preços
Facilita o crédito; estimula consumo; empresas investem para produzir mais; novas contratações e aumento de salários; mais consumoCicloDificulta o crédito; reduz o consumo; vendas escassas contém alta de preços; demissões e queda na renda; consumo menor
Inflação: com infraestrutura e capacidade produtiva limitada, empresas não produzem o suficiente para atender demanda e sobem os preçosEfeito colateralInvestimento: desestimula a produção; lucro é menor do que ganho com juros no banco
Desvalorização cambial: cai a atratividade do país para estrangeiros, estimulando a venda do real e a alta do dólar; repasse da alta do dólar nos preços de importados e insumos eleva a inflaçãoEfeito colateralPiora as contas públicas: aumenta o gasto com juros da dívida do governo porque % do endividamento público remunera o investidor com juros Selic (o restante tem taxas prefixadas, menores)


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