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Imprensa
Santander promete retorno de 15,6% em 2018 no Brasil

À frente de cerca de 200 investidores e acionistas, em Londres, o Santander reuniu sua alta administração para dar projeções da operação do banco em todas as suas unidades para os próximos três anos. As promessas para o Brasil, em especial, passaram por temas que há tempos são alvos de crítica por parte do mercado, como qualidade de crédito e o retorno do banco.

O banco prometeu expandir seu retorno sobre o patrimônio (ROE), hoje num patamar de 12,8%, para 15,6% em 2018. Esse é um indicador bastante observado por analistas e investidores, especialmente porque os pares privados do Santander Bradesco e Itaú entregam um ROE superior a 20%.

Mesmo que a nova projeção ainda seja bem menor que a dos concorrentes, os analistas ainda veem desafios para que o banco a alcance. "Na nossa visão, a melhora do ROE para a operação do Brasil parece otimista, já que o Credit

Suisse espera uma profunda contração no PIB no próximo ano com uma adicional alta dos juros", avaliam os analistas do Credit.

Em sua apresentação sobre a filial brasileira, Sérgio Rial, presidente do conselho do banco destacou que o aumento da rentabilidade será consequência de uma melhora global dos indicadores do banco. Nesse sentido, a previsão é que o índice de eficiência que indica quanto um banco gasta para gerar cada R$ 1 de receita saia do patamar atual de 50% para 44,5%. Quanto menor esse índice, melhor.

O analista Lenon Borges, da corretora Ativa, diz que, apesar de as previsões serem possíveis, ainda há algumas dúvidas sobre o caminho que o banco trilhará para alcança-las. "Em linha gerais, as projeções são factíveis, mas o desafio vai ser grande, principalmente na estratégia de aumentar a carteira de clientes e de expandir o ritmo de crescimento da receita de serviços", disse.

A previsão é que a base de clientes vinculados aqueles que utilizam com frequência os serviços do banco aumente em 1,4 milhão de clientes, atingindo 4,6 milhões de correntistas em 2018. Os clientes ativos devem passar de 16,6 milhões para 19,8 milhões.

O fato de o banco concorrer em um mercado em que o "market share" está bastante consolidado dificulta o aumento da base de clientes e a consequente expansão das receitas, segundo Borges. Além disso, não ficou claro como o Santander pretende trazer o ritmo de crescimento das receitas para um patamar de 10% em 2018, como prevê.

Os analistas também não ficaram muito certos sobre os rumos da carteira de crédito do banco. Sem destacar uma meta de crescimento para o estoque de empréstimos, o Santander disse apenas que a inadimplência de seu portfólio deverá ficar no mesmo patamar que a de seus pares em 2018. Os concorrentes do banco, no entanto, não divulgaram metas para o período. "Isto, na nossa visão indica que o cenário de qualidade dos ativos no Brasil se mantém altamente incerto e é uma fonte de riscos", escreveram em relatório os analistas do Credit Suisse.

No encontro com investidores, o banco espanhol destacou que continua a se concentrar nos portfólios de consignado e em pequenas e médias empresas. Na apresentação de Rial, houve a menção de que a taxa de retorno do empréstimo com desconto em folha deve ser maior que 25% entre 2015 e 2018.

Outro foco do Santander é crescer no segmento de pequenas e médias empresas, tornando-se líder de mercado. Dentro desse plano está a estratégia de expandir sua operação de credenciamento de cartões de modo que a GetNet seja responsável por mais de 14% do mercado de pagamentos eletrônicos até 2018. Atualmente, a fatia da credenciadora é de 8%, tendo processado R$ 37,612 bilhões em transações nos seis primeiros meses do ano, 45% mais que no mesmo período do ano passado.

A orientação a respeito do ganho de participação em mercados de maior retorno foi também parte do discurso de Ana Botín, no comando do grupo.

A executiva ressaltou que a instituição, do ponto de vista global, vai gerar capital de forma mais consistente e disse que, dentro da política de distribuir entre 30% e 40% do lucro, "o dividendo por ação aumentará a partir de 2016 e o lucro por ação alcançará um crescimento de dois algarismos em 2018". Ana destacou que o banco deverá gerar capital organicamente para atingir 11% de capital principal em 2018, ou antes.

A previsão do grupo Santander de alcançar um retorno total de 13% em 2018 foi recebida sem surpresas. Em relatório, os analistas do Citibank descreveram a projeção como sólida, mas destacaram que a estimativa não empolgou.

De forma geral, a divulgação de uma série de perspectivas para 2018 não desagradou o mercado, tampouco serviu para desenhar um novo cenário de otimismo em torno do grupo espanhol. A impressão de analistas brasileiros e estrangeiros é que os números não trazem um quadro muito distinto do que as previsões do mercado já traçavam. As units do Santander caíram 3,67% ontem na Bovespa, enquanto o Ibovespa cedeu 2%.



     


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